Mercadante: tudo o que a história da civilização repudia Bolsonaro defende à luz do dia
“Ele cria duas crises internacionais gigantescas, a primeira é essa tentativa absurda, que 70% do povo brasileiro não aceita, de indicar o filho de 35 anos para ser embaixador. Vem a crise da Amazônia, que ele gerou essa situação, foi destruindo os mecanismos de controle, foi retirando as multas do Ibama, foi dizendo que ia rever todas as reservas, foi estimulando os madeireiros, incentivando essa política de devastação e quando veio esse incêndio o mundo inteiro viu e gerou uma crise de proporções dramáticas”.
O ex-ministro saiu em defesa de Bachelet ao dizer que a ex-presidente chilena não mentiu em suas afirmações e frisou que a violência policial está aumentando no Brasil. “Agora ele ataca Michelle Bachelet, que eu conheço pessoalmente, é uma senhora de grande estatura política, foi presidente do Chile, reeleita, uma liderança internacional da Comissão de Direitos Humanos da ONU, que fez uma afirmação absolutamente procedente. O que ela disse? Que a violência policial está crescendo no Brasil. Os índices de violência policial estão crescendo, e não é só isso, a violência no cotidiano da população”.
Mercadante também lembrou que não é a primeira vez que Bolsonaro ataca a família de um morto pela ditadura. “Ele tinha tido a mesma atitude com o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. O pai dele foi assassinado, morto pela ditadura e era um militante no movimento estudantil. ‘Se quiser eu conto como seu pai foi morto’, depois ele recuou. Agora ele ataca o pai da Bachelet nas mesmas condições, sempre defendendo a tortura, sempre defendendo o padrão Ustra, o padrão Pinochet, tudo aquilo que a história da civilização repudia que é a tortura, a barbárie, o assassinato político, o golpe de Estado, a ditadura, censura, a repressão, ele representa e defende à luz do dia”.
Aloizio Mercadante afirmou que as trapalhadas diplomáticas do governo trarão consequências políticas e econômicas ao país e disse não acreditar no avanço de processos contra Bolsonaro por quebra de decoro.
Nota da Redação Xapuri: Optamos por não usar o nome do presidente na capa de nossas publicações. Preferimos usar a palavra Xauara que, segundo o grande líder Davi Kopenawa, para os Yanamomi o presidente é um xauara, ou seja, uma pessoa “que tem o pensamento adoecido”.
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