Milton Gonçalves morre, aos 88 anos, no Rio de Janeiro

Milton Gonçalves morre, aos 88 anos, no Rio de Janeiro

Milton Gonçalves morre, aos 88 anos, no Rio de Janeiro

A nacional perdeu um dos seus grandes ícones. O ator e diretor brasileiro Milton Gonçalves, morreu hoje (30) aos 88 anos…

Por Cine Ninja

Segundo a família ao G1, ele morreu em casa, por consequências de problemas de que vinha enfrentando desde que teve um AVC. Ele ficou três meses internado e precisou de aparelhos para respirar enquanto esteve doente.

“Agradecemos ao público que gostava dele o carinho e a força positiva que todo teve com a gente. Que todo mundo tenha a certeza absoluta de que ele foi em paz, com muita tranquilidade, ao lado da família. Foi encontrar minha e fazer muita lá em cima”, afirmou a filha Alda Gonçalves em comunicado divulgado pela Splash / UOL.

Nascido em 9 de dezembro de 1933, na pequena cidade de Monte Santo, em , Milton Gonçalves foi contratado pela TV Globo em 1965 onde fez mais de 40 novelas, ganhando renome nacional. Colecionou personagens marcantes, como o Leão do infantil “Vila Sésamo” (1972), o Zelão das Asas, de “O Bem-Amado” (1973), e o médico Percival, de “Pecado Capital” (1975). Também atuou em séries como “Carga Pesada” (1979) e “Caso Verdade” (1982-1986), além de programas humorísticos.

Por Pai José, da novela “Sinhá Moça” (2006), Milton foi indicado ao prêmio de Melhor Ator no Emmy Internacional. Ele inclusive foi o primeiro brasileiro a apresentar o evento, quando esteve ao lado da atriz americana Susan Sarandon.

Sua primeira experiência como diretor foi na novela “Irmãos Coragem” (1970), de Janete Clair. Ele também dirigiu os primeiros capítulos da novela “Selva de Pedra” (1972) e “Escrava Isaura” (1976).

Em uma entrevista publicada no G1, o filho de Milton Gonçalves, o ator Maurício Gonçalves, lembrou que o pai lutou pelo reconhecimento do de artistas negros. “Esse Milton que as pessoas não conhecem, batalhador. Nunca deixou cair a peteca no que tange aos filhos. O maior ensinamento meu pai me passou: ser guerreiro, nunca abaixar a cabeça a não ser para os sábios, mas lutar o todo”.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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