MINISTRA MACAÉ
Em 27 de setembro deste ano de 2024, uma mulher preta, professora, assistente social e deputada estadual (PT-MG), Macaé Evaristo, vinda do interior de Minas Gerais, que perdeu o pai muito cedo e foi criada apenas pela mãe, que a fez estudar, tomou posse como ministra do governo do Presidente Lula, na pasta dos Direitos Humanos e da Cidadania.
Por Iêda Leal
Em seu discurso de posse, no Palácio do Planalto, a ministra definiu como prioridade de sua gestão o cuidado com a diversidade da população brasileira, por meio da criação de políticas “que estimulem a convivência, a solidariedade e o cuidado mútuo e comunitário”.
Dirigindo-se ao presidente da República, Macaé Evaristo reforçou a importância da execução de uma política pública humana e solidária:
Tem uma palavra, presidente Lula, que vem da filosofia africana: ubuntu, que significa humanidade para todos. O termo, ao mesmo tempo que reafirma a beleza de cada um ser o que se é, chama a atenção para o entendimento de que só alcançamos a plenitude como indivíduos na coletividade, ‘eu sou porque nós somos’.
E esta talvez seja a maior vocação do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania: humanidade para todos, direito à vida, à liberdade, à educação, à saúde e ao trabalho, direito à memória e à verdade.
Nomeada pelo presidente Lula em 11 de setembro, uma quinzena antes da posse, Macaé Evaristo assume uma pasta que tem por função combater todas as formas de violência e preconceito, além de articular as políticas públicas nacionais de promoção dos direitos humanos.
Dentre as principais ações de seu plano de ação, a ministra propõe “valorizar as populações das periferias, favelas, comunidades urbanas e do campo, que pavimentam os caminhos de um futuro de um Brasil sem fome, sem miséria, sem racismo, sem machismo, sem capacitismo, sem lgbtqia+fobia, sem etarismo, porque nós precisamos cuidar dos idosos”.
Oxalá esta preta das Gerais, nascida em São Gonçalo do Pará em abril de 1965, com longa trajetória na educação, na defesa dos direitos humanos e na luta antirracista possa, por sua militância combativa e por sua gestão de excelência, abrir caminhos para mais mulheres negras no governo do presidente Lula e na política nacional.
Iêda Leal – Militante do Movimento Negro. Sindicalista. Conselheira da Revista Xapuri.