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Missão Anticâncer: Dicas para desestressar o zap

Missão Anticâncer: Dicas para desestressar o zap

Nossa hoje começa com formas de lidar com o  estresse que a comunicação via zap traz pras nossas vidas. Mas o que é que isso tem a ver com câncer?

Por Zezé Weiss

Os dias por aqui andam muito lindos e cheios de cores pra eu querer falar de câncer. Vieram ótimos os  resultados das biópsias que fiz recentemente: não foram encontrados sinais de malignidade no linfonodo da minha axila . Dessa vez, felizmente o bichinho deu de ser inofensivo.

Depois de ano e meio na pauleira do tratamento com químio dupla (metade de 2015 e 2016 todinho), e outro meio ano com radioterapia, com direito a todos os efeitos colaterais possíveis, além de uma mastectomia bilateral radical  e desses expansores que até hoje me atazanam a vida, nesses últimos anos,  livre de más notícias, acabei  dando  um tempo no meu papo reto sobre o câncer.

Mas como decidi escrever  sobre este assunto para, no que eu puder, ajudar outras pessoas a lutar contra essa doença traiçoeira, falo hoje de umas das razões do câncer, o estresse.  Sim, porque a  gente sabe que uma parte dos cânceres é genética, mas uma outra boa parte é comportamental: vem da dieta, do sedentarismo, e do estresse.

Com a cura do câncer (depois de cinco anos o medo alivia) e com esse distanciamento social forçado pela pandemia,  tento viver cada vez mais simples: acordo, dou um pulo na minha vizinha para uma prosa regada a  um bom copo de café amargo, faço o almoço do Joe, depois um tanto. Fim de tarde,  ando um pouco pelo quintal,  para reverenciar a e celebrar a vida, antes de trabalhar mais um tanto.

Caminho atenta, mas com o celular na mão. Essa mania, não dei de perder, ainda. Posso sempre fazer umas boas fotos, é a desculpa que me dou.  Mas a verdade é outra.

A verdade é que sou viciada em zap.  Me relaxa, me acelera, me deixa conectada com o mundo.  Em geral gosto muito do que chega. Mas tem horas que  que fico estressada só de pensar no tanto de coisa que vou ter que apagar  sem ler.

Tem dias que já amanheço com tanta mensagem, que me estressa só de ter que decidir por onde começar… Na manhã de hoje, optei por um grupo da resistência.

Nele, um companheiro querido postou um link de uma  coluna  chamada de Dica e Estilo do portal Terra , com “13 coisas que você nunca deve fazer em grupos de WhatsApp“.  São dicas preciosas pra não abusar dos grupos e, assim, evitar estresse em sua própria vida.

Essas dicas me ajudaram muito a compreender a razão da minha agonia com o zap. A partir delas,  acabei inventando as minhas próprias, que compartilho aqui com você.

  1. Bom dia … Tem gente que manda bom dia com anjo, depois com flor, depois com cachorro, estrela, papagaio … Comigo não precisa toda essa gentileza porque essas figuras comem a minha bateria e aí o meu dia já começa péssimo. Mas se mesmo assim insistir em mandar, por favor, não precisa encher a caixa do grupo (nem a minha pessoal) com a coleção inteira!
  2. Nem todo mundo é coruja da madrugada… Essa dica me pegou de cheio. Como de noite durmo pouco, acabo mandando zap pra adiantar o expediente do dia seguinte. Que feiúra, essa minha! Daqui pra frente, do lado de cá acabaram as mensagens da madrugada (será?), a menos que seja pra alguém que dorme nos mesmos horários que eu. Prometo que vou tentar.
  3. Roupa suja se lava em casa … Mensagens, longas ou curtas, sobre assuntos totalmente alheios ao  interesse do grupo (ou meu) – barraco de família , brigas de rua,  ataques ao PT, infidelidades conjugais… é cada coisa!  Se a gente pensasse um segundo antes de bater o dedo no teclado, muita fofoca seria evitada, muito tom seria baixado e muito menos tempo seria gasto com essa espécie de terapia coletiva não solicitada…
  4. Nhanderu, tende piedade de todos os santos… Essa eu vou copiar do jeitinho que está na dica de estilo do Terra: “Se você é daqueles que mandam uma palavra por mensagem, saiba que a culpa de “silenciar o grupo” é toda sua”. Pior: tentar convencer as pessoas das crenças da gente com mensagens religiosas é ó do borogodó.  Isso vale pra mensagens de padre, pastor, , e até do santo Papa. Cada qual com sua fé, mas no particular, por favor!
  5. Cobrar resposta, esse é outro ó do borogodó… Procuro responder  100% das mensagens da minha caixa. Nos grupos, nem sempre. Tem coisas que não tem nada a ver comigo. Ou tem gente que é chata demais, acha que sabe mais do que todo mundo e eu toco um nem tchum. Mas aí vem a figura se achando no direito  de me  de cobrar resposta: “Eu vi que você leu, não respondeu por que?” Porque não quis, ora bolas!
  6. Letras maiúsculas, nem pensar: Essa é outra gafe que a gente faz  mesmo sem perceber (tenho me policiado, mas de vez em quando acabo na reincidência). ESCREVER EM LETRA MAIÚSCULA  e, ainda por cima, negritar as palavras pra tentar chamar a atenção  não só é deselegante, é cansativo pra quem lê, então melhor evitar, não é mesmo?
  7. Fotos …  Claro que amo receber figurinhas, memes (esses eu gravo sempre), vídeos e fotos, desde que pouca coisa  de cada vez. Mas tem umas que não precisavam chegar, não mesmo! Dispenso os selfies de “nudes“, as fotos de hospital, e as de acidentes, próprios ou dos outros. Isso sem falar em retrato de gente morta. Postar, pra quê?

Essas sete são as razões do meu estresse no zap.  Daqui pra frente,  vou pensar 13 vezes antes de mandar outra mensagem para as minhas amizades ou nos meus grupos. sua, se estiver nas minhas listas. Sorte minha, se essas dicas te servirem para gerar menos estresse e mais felicidade entre as pessoas que te leem. Menos estresse, mais qualidade de vida, menos chance de câncer.

Aquele abraço!

P.S. Só tem uma coisa que não tem jeito: alguém xingar o Lula. Aí viro onça, e todas as regras vão pro escambau. Então, se você gosta de euzinha e preza pela minha , deixa o Lula pra lá!

Outro P.S. – Agora quem está passando um perrengue com o câncer é  o Joe. Foi operado  em maio, vai ter que fazer um tratamento longo, mas dentro do possível ele reage bem e nós estamos com muita energia para vencer essa doença de novo. 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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