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Não à proibição das torcidas organizadas!

Não à proibição das torcidas organizadas

Por Redação

Na terça-feira, dia 26, o golpista Jair Bolsonaro aprovou lei que altera o estatuto do torcedor e aumenta a punição para as torcidas organizadas. A lei foi sancionada nessa quarta-feira. O projeto, que foi apresentado no Congresso no ano passado, de autoria de Major Olímpio, prevê, entre outras punições, o afastamento por cinco anos dos estádios das torcidas que foram condenadas. Uma ditadura escancarada contra os direitos democráticos fundamentais do povo.

São vários absurdos na lei. Primeiro, a torcida será punida caso algum de seus integrantes cometa determinado crime. Por exemplo, se um torcedor invade o gramado e agride o juiz, a torcida toda será punida. Uma aberração jurídica! É o equivalente de dizer que se um integrante de um partido que cometa algum crime o partido todo será culpado. Se um filiado a um sindicato cometer um crime a punição será contra todo o sindicato. Para cada crime, já há uma determinada lei e punições previstas: agressão, assassinato, vandalismo. O cidadão que comete algum desses crimes já está submetido a essas leis. Isso mostra que o projeto sancionado por Bolsonaro tem como objetivo a pura perseguição às torcidas, muito longe da preocupação criminal que a imprensa golpista cínica procura fazer crer.

É interessante o comportamento da e de sua imprensa. Quando um policial comete algum crime, a propaganda é a de que o problema não é a “instituição”, mas determinados policiais. Para as torcidas e organizações populares é o contrário. Puro cinismo.

Em segundo lugar e mais importante é que a perseguição às torcidas é um atentado à liberdade de organização do povo. O que está em jogo é uma perseguição generalizada contra todas as organizações populares, movimentos, sindicatos, partidos de . As torcidas estão servindo como um laboratório da repressão política contra as organizações.

Por isso, é preciso defender de maneira incondicional e irrestrita o direito de organização dos torcedores. É preciso denunciar a repressão à qual as torcidas estão submetidas diariamente nos estádios e nas ruas. Mas isso não é tudo: as torcidas estão sendo censuradas nos estádios, impedidas de levarem suas faixas, bandeiras, sinalizadores. Fica claro que se trata de um sistema de repressão e perseguição política contra os torcedores.

Contra essa perseguição, é preciso um programa claro de luta que coloque não apenas a liberdade de organização, sem nenhuma restrição, mas também defenda o controle das torcidas organizadas dos clubes. São elas as mais interessadas no futebol.

Para derrotar a perseguição, é preciso dizer claramente que esse governo golpista, inimigo do povo e das torcidas, precisa ser derrubado. Fora Bolsonaro!

Fonte: Diário Causa Operária

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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