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PAMPAS GAÚCHOS: OS CAMPOS SULINOS DO RIO GRANDE

PAMPAS GAÚCHOS: OS CAMPOS SULINOS DO RIO GRANDE

Pampas gaúchos: Os campos sulinos do Rio Grande

Os campos do são chamados de pampas gaúchos, na região da Campanha. O bioma formado por esses campos, que se estendem também por Uruguai e Argentina, é denominado Pampa, termo quéchua que significa região plana.

Os campos sulinos possuem uma de mais de 515 espécies. Já os terrenos planos das planícies e planaltos gaúchos e as coxilhas, de relevo suave-ondulado, são colonizados por espécies pioneiras campestres que formam uma vegetação tipo savana aberta.

É um dos mais ricos em relação à de espécies animais, contando com espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, espécies migratórias, cinegéticas e de interesse econômico dos campos sulinos. Entre os mamíferos, 39% também são endêmicos, o mesmo ocorrendo com a maioria das borboletas, dos répteis, dos anfíbios e das aves nativas. Nela sobrevivem mais de 20 espécies de primatas, a maior parte delas endêmicas.

PAMPAS GAÚCHOS: OS CAMPOS SULINOS DO RIO GRANDEfoto: Cativa Artesanato

As gramíneas mais freqüentes são dos gêneros Andropogon, Aristida, PaspalumPanicum e Eragrotis. Entre as árvores de maior porte, que são fornecedoras de madeira, temos o louro-pardo, o cedro, a cabreúva, a grápia, a guajuvira, a caroba, a canafístula, a bracatinga, a unha-de-gato, o pau-de-, a canjerana, o guatambu, a timbaúva, o angico-vermelho, entre outras espécies características como a palmeira-anã (Diplothemium campestre).

A mata das araucárias ou pinheiros-do-paraná, de porte alto e copa em forma de prato, estendia-se do sul de e até o Rio Grande do Sul, formando cerca de 100 mil km2 de matas de pinhais. A vegetação herbácea dos campos varia entre 10 e 50 cm de altura.

Os campos situados no Planalto gaúcho e catarinense recebem o nome de Campos-de-Cima-da-Serra. Embora bastante utilizados como terras de cultivo, prestam-se muito à pastagem, permitindo a existência de uma pecuária muito desenvolvida. O solo, em geral, é fértil, sendo bastante utilizado para a agropecuária.

A região coberta pelos campos sulinos apresenta subtropical, com temperaturas amenas e chuvas regulares, sem grande alteração durante o ano. A vegetação predominante é de gramíneas, leguminosas e compostas, compondo uma paisagem homogênea.

O clima da região é o temperado, do tipo subtropical, com  grande variação sazonal, com verões quentes e invernos bastante rigorosos, com a ocorrência de geada e precipitação eventual de neve. As temperaturas médias variam entre 15 e 18°C, com mínimas de até -10°C e máximas de 38°C.  A latitude reforça as influências das massas de ar oriundas da região polar e da área tropical continental e Atlântica. A movimentação e os encontros destas massas definem muitas de suas características climáticas.

A área total dos campos é de mais de 210 mil km2.

Fontes: www.wikipedia.org www.uff.br/espacouffciencias www.suapesquisa.com

pampa-a-museu-do-pampafoto: Museu do Pampa

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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