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Não há futuro para a humanidade sem a emancipação das mulheres

NÃO HÁ FUTURO SEM A EMANCIPAÇÃO DAS MULHERES

Não há futuro para a humanidade sem a emancipação das mulheres

As mulheres foram às ruas neste 8 de março de 2024 para mostrar que a luta por igualdade faz parte de suas vidas e não terminará enquanto a situação não mudar

Por Professora Francisca/Portal Vermelho

Como mostram as filósofas Simone de Beauvoir e Silvia Federici, a luta das mulheres por igualdade vem de longe. Por isso, é importante a cada ano destacar a importância do 8 de março – Dia Internacional das Mulheres – como uma data de reflexão e de luta.

Chegou-se a essa data após 15 mil mulheres operárias marcharem pelas ruas de Nova York em 1908 por redução da jornada de trabalho, melhores salários e de poderem votar e ser votadas, quando o Partido Socialista da América criou o Dia Nacional das Mulheres.

A data se estabeleceu no movimento feminista a partir de 1910 quando a comunista alemã Clara Zetkin propôs a criação do Dia Internacional das Mulheres, em 1910.

NÃO HÁ FUTURO SEM A EMANCIPAÇÃO DAS MULHERES
Foto: Reprodução/Brasil de Fato

O feminismo é tão importante para a luta de classes como mostra Silvia em seu “Calibã e a Bruxa – Mulheres, e Acumulação Primitiva”. Ela mostra como o demonizou as mulheres e o seu corpo para explorar o trabalho doméstico sem remuneração e subjugá-las para a implantação da ideologia patriarcal ainda mais opressora.

Toda essa para tornar a ideologia patriarcal hegemônica traz consequências até hoje, principalmente com religiões fundamentalistas pregando a submissão das mulheres. Não à toa a extrema adota a misoginia como forma de dominação.

O enfrentamento à de gênero, portanto, é parte fundamental da luta de classes para a superação do capitalismo. No Brasil essa luta não tem sido diferente. Mas como o escravismo predominou por aqui quase quatro séculos, a mentalidade escravista ainda persiste em setores da elite.

O que faz a violência ser maior e pior. As mulheres que desejam viver e amar em liberdade sofrem todo tipo de violência. Ainda se vê bem poucas mulheres em cargos de direção nas empresas, mesmo naquelas que hipocritamente, se colocam como adeptas do feminismo. Os salários são menores e as mulheres negras continuam na base da pirâmide social ganhando muito menos e tendo os piores trabalhos.

Mas as mulheres vão às ruas neste 8 de março de 2024 para mostrar que a luta por igualdade faz parte de suas vidas e não terminará enquanto a situação não mudar. Enquanto mulheres estiverem morrendo por serem mulheres, enquanto os salários não forem efetivamente iguais para mesmas funções e enquanto não houver respeito à e à dignidade das mulheres, estaremos nas ruas, nas redes e em todos os lugares para gritar por nossos direitos.

É a luta pela emancipação das mulheres que impulsiona a história rumo ao futuro socialista com a superação do capitalismo excludente e opressor. O feminismo levará a a patamares superiores com a construção do .

“Você não sabia?/Estão falando de uma revolução/Parece um sussurro/Os pobres vão se insurgir/E conseguir o quinhão deles/Os pobres vão se insurgir/E tomar o que é deles”, como canta Tracy Chapman em “Falando sobre uma Revolução”).

Fonte: Portal Vermelho Capa: Rosane Lima

Talkin’ Bout a Revolution

Tracy Chapman

Você não sabe?
Don’t you know?
Estão falando numa revolução.
They’re talkin’ about a revolution
Isso soa como uma confidência
It sounds like a whisper
Você não sabe?
Don’t you know?
Estão falando numa revolução
They’re talkin’ about a revolution
Isso soa como uma confidência
It sounds like a whisper

Enquanto eles estão parados nas filas da assistência social
While they’re standing in the welfare lines
Chorando nos degraus das portas daqueles exércitos da sal vação
Crying at the doorsteps of those armies of salvation
Desperdiçando nas filas de desempregados
Wasting time in unemployment lines
Sentando ao redor da espera de uma promoção
Sitting around waiting for a promotion

Você não sabe?
Don’t you know?
Estão falando numa revolução.
They’re talkin’ about a revolution
Isso soa como uma confidência
It sounds like a whisper

As pessoas pobres vão se insurgir
Poor people are gonna rise up
E apanhar sua parte
And get their share
As pessoas pobres vão se insurgir
Poor people are gonna rise up
E pegar o que é delas
And take what’s theirs

Você não sabe?
Don’t you know?
Melhor você correr, correr, correr…
You better run, run, run, run, run?
Oh, eu te disse é melhor correr, correr, correr, correr…
Oh I said you better run, run, run, run, run, run?

Porque finalmente as mesas estão começando a virar
‘Cause finally the tables are starting to turn
Estão falando numa revolução
Talking about a revolution
Sim, finalmente as mesas estão começando a virar
Yes finally the tables are starting to turn
Estão falando numa revolução, oh não
Talking about a revolution, oh no
Estão falando numa revolução, oh não
Talking about a revolution, oh no

Enquanto eles estão parados nas filas da assistência social
While they’re standing in the welfare lines
Chorando nos degraus das portas daqueles exércitos da salvação
Crying at the doorsteps of those armies of salvation
Desperdiçando tempo nas filas de desempregados
Wasting time in unemployment lines
Sentando ao redor da espera de uma promoção
Sitting around waiting for a promotion

Você não sabe?
Don’t you know?
Estão falando numa revolução.
They’re talkin’ about a revolution
Isso soa como uma confidência
It sounds like a whisper

E finalmente as mesas estão começando a virar
And finally the tables are starting to turn
Estão falando numa revolução
Talking about a revolution
Sim, finalmente as mesas estão começando a virar
Yes finally the tables are starting to turn
Estão falando numa revolução, oh não
Talking about a revolution, oh no
Estão falando numa revolução, oh não
Talking about a revolution, oh no
Estão falando numa revolução, oh não
Talking about a revolution, oh no

 
Composição: Tracy Chapman
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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