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Não olhe para cima! (versão Brasil)

Não olhe para cima! (versão Brasil)

Não olhe para cima! (versão )

Estamos sem testes contra . Um forte apagão pode ocorrer já em fevereiro por conta da onda de Ômicron. E, sem testes, não sabemos o que há por vir. Estamos tal qual o filme de humor pastelão da Netflix: desavisados, sem entender o real perigo que há por vir…

Por Bruno Trezena/via Mídia Ninja

Se no longa da streamer os protagonistas lutam contra o Governo do EUA que evita avisar a humanidade sobre a chegada de um meteoro aniquilador, aqui nos resta um péssimo Ministério da Saúde sem uma única caneta bic para assinar uma política estratégica de testagem.

Pobre de nós…

Falta recurso federal para os estados, falta um Queiroga numa reunião decisória sobre o assunto com gestores, falta uma campanha nacional de conscientização sobre o que fazer quando se tem sintomas. Falta tudo, cara.

O presidente, esse embuste, nem se fala. O traste presidencial segue em agendas de 4 horas diárias no Planalto tratando de tudo, menos da pandemia. É sério, checa lá no site oficial (pesquise por “Agenda Presidencial” no Google e prepare o fígado).

Nesse roteiro de péssima categoria que nos enfiaram em 2018, o brasileiro que pode estar infectado pela Ômicron segue a vida naquela angustiante montanha-russa chamada “estou com uma simples gripe ou Covid-19?”. Muitos, é claro, contaminando outras pessoas sem saber.

Pela Universidade de Washington a estimativa mais cruel é que o nosso país tenha 2,3 milhões de casos diariamente até 3 de fevereiro. E pasmem: 30 mil mortes contando de janeiro a maio – vale lembrar, é claro, a letalidade é muito maior para quem não se imunizou.

O que vai se vendo é a inapetência de um grupo de pessoas que chegou ao poder e deveria fazer o diabo para nos ajudar. Ou melhor, para nos salvar. Quanta gente massa morreu nesse trajeto por conta de todos os erros de Bolsonaro e sua turma.

Que a gente possa passar por essa tempestade sem tantos danos e que breve possamos dar o ponto final a esta gestão do Governo Federal – esse grande meteoro que já está entre nós, deitado em algum canto do Palácio do Planalto, fazendo de tudo para destruir esse país e a gente.

Por pouco tempo.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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