Onça-Pintada: Espécie vulnerável em risco de extinção

Onça-Pintada: Espécie vulnerável em risco de

A onça-pintada, esse belíssimo animal de pelagem amarelo-dourado com grandes pintas pretas, é o maior felino do continente americano. Oficialmente extinta nos Estados Unidos, e hoje bastante rara no México, ela ainda pode ser encontrada em algumas partes da América Latina.

Por Eduardo Pereira

No Brasil a onça-pintada ocorre em vários tipos de habitat, em ambientes abertos como o e o , e em áreas de , como a Mata Atlântica e na , e vem desaparecendo rapidamente das regiões , Sudeste e Sul.

Robusta, chega a pesar 135 kg, com grande força muscular, sendo a potência de sua mordida considerada a maior entre os felinos de todo o mundo.Esse animal solitário se alimenta de animais silvestres como catetos, capivaras, jacarés, queixadas, veados e tatus.

Com a cada vez mais frequente escassez da caça, em geral provocada pela ação humana em seus territórios, a onça-pintada costuma buscar seu alimento entre os animais domésticos, e isso faz com que seja muito perseguida, o que torna suas populações severamente reduzidas.

Embora esteja classificada pela IUCN (União Internacional para a da Natureza) e pelo IBAMA como espécie vulnerável, a onça-pintada é também vítima da ação covarde, inescrupulosa, sanguinária e predatória de caçadores.

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GRUPO DE CAÇADORES DESBARATADO NO ACRE

Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou à Federal um grupo de homens que agia no interior do Acre promovendo caçadas de maneira regular há vários anos, tendo promovido o abate de animais da região, como onças pintadas, capivaras, catetos, veados e outros. O grupo foi denunciado também pelo crime de associação criminosa armada, além do crime de guarda de material oriundo das caçadas (carne, peles etc.).

Durante a investigação, além de farta documentação colhida, como fotos, vídeos, e outros, também houve monitoramento dos celulares dos envolvidos, que mantinham conversas frequentes por meio de grupos em aplicativos de mensagens, onde organizavam as caçadas. Em apenas três meses de monitoramento, foram registrados 11 episódios de caçadas, e apenas neste período foram mortos pelo bando cerca de oito onças pintadas, 13 capivaras, 10 catetos e dois veados mateiros.

O membro mais antigo e mais ativo do grupo, o dentista Temístocles Barbosa Freire, caça animais silvestres ilegalmente pelo menos desde 1987, havendo informação de que somente ele pode ter matado mais de mil onças pintadas nesse período.

Além de Temístocles, também viraram réus na ação penal Gilson Dória de Lucena Júnior (médico), Sinézio Adriano de Oliveira Júnior (servidor do Poder Judiciário), Gilvan Souza Nunes (agricultor), Gisleno José Oliveira de Araújo Sá (agente penitenciário), Manoel Alves de Oliveira (eletricista) e Sebastião Júnior de Oliveira Costa.

O caso gerou duas ações penais, que podem ser acompanhadas pelos números 5001-55.2019.4.01.3000 e 4975-57.2019.4.01.3000, no site da seção judiciária da JF no Acre https://portal.trf1.jus.br/sjac . Os réus podem receber penas de prisão e multa, variando de acordo com a participação de cada um nos crimes cometidos.

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Texto: Eduardo Pereira –  @weiss_guru – Sociólogo

Imagens: Capa – Conexão Planeta. Onça viva – imagem interna – G1. Onças assaassinadas: Reprodução – Facebook – Altino Machado.

onca pintada da Amazonia. 1 O Globo


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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