Onomatopeia: plunct plact zum

Onomatopeia: plunct plact zum

Aprender sempre é muito bom e necessário. Aprender as nuances da nossa língua portuguesa nos faz ser mais brasileiros, porque a língua não pode ser mais um bloqueio da mobilidade social entre as pessoas…

Por Daniela Diana –Professora licenciada em Letras

Esse recurso aumenta a expressividade do discurso, motivo pelo qual é muito utilizado na literatura e nas histórias em quadrinhos.

Exemplo de onomatopeia nos quadrinhos

Também é muito empregada nos textos enviados pela internet. São exemplos os fonemas que expressam, por exemplo, o som do riso: “hahahaha, kkkkkk, rsrsrs”.

Do grego o termo “onomatopeia” (onomatopoiía) é formado pelos vocábulos “onoma” (nome) e “poiein” (fazer”) o qual significa “criar ou fazer um nome”.

Exemplos

Segue abaixo lista das principais onomatopeias:

  • Ratimbum: som de instrumentos musicais (Ra = caixa, tim = pratos, bum = bombo)
  • Tic-tac: som do relógio
  • Toc-toc: som de bater na porta
  • Sniff sniff: som de pessoa triste, chorando
  • Buááá: ruído de choro
  • Atchim: barulho de espirro
  • Uhuuu: grito de felicidade ou adrenalina
  • Aaai: grito de dor
  • Cof-cof: som de tosse
  • Urgh: referente ao nojo
  • Nhac: ruído de mordida
  • Aff: som que expressa tédio e raiva
  • Grrr: som de raiva
  • Zzzz: som de homem ou animal dormindo
  • Tchibum: som de mergulho
  • Tum-tum: batidas do coração
  • Plaft: som de queda
  • Bum: ruído de explosão
  • Crash: som de batida
  • Smack: som de beijo
  • Au Au: som do cachorro
  • Miau: som do gato
  • Cocóricó: som do galo cantando
  • Piu-piu: som do passarinho
  • Vrum-vrum: som de motor (moto, carro, etc.)
  • Bang-bang: som de tiro
  • Bi-bi: som de buzina
  • Din-don: som da campainha
  • Blém-blém: badalar dos sinos
  • Trrrim-trrrim: ruído de telefone tocando

Fonte: Toda Matéria

Block

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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