Oração de Aninha
Pela manhã, abre a janela de tua casa
e faze a Prece da Gratidão.
Levanta teu coração para o Alto!
É a hora solene da oração.
Procura reter contigo
o amanhecer de um novo dia
antes que a rotina da vida
disperse o teu recolhimento.
Segue esta pequena trajetória.
Segue esta pequena jaculatória.
Senhor, Sois a Luz da minha vida.
Que eu sinta a vossa presença
na água da minha sede,
e na paz da minha casa.
“Quem chama por Deus
não cansa nunca”
e Ele se fará presente.
Muito pedimos e pouco agradecemos.
Sentimento raro de se encontrar no coração
humano: Gratidão.
Muitos se ufanam:
“Não devo nada a ninguém”.
Engano: devemos muito a todos.
Devemos, particularmente, a nossos vizinhos
a felicidade da boa vizinhança.
Em regra, aquele que acredita nada dever a alguém,
também, nada faz por ninguém.
E o egoísta: macula
os bens da vida, a alegria de viver.
Já a linguagem dos humildes:
“Abaixo de Deus devo tudo o que tenho
a fulano”. É sempre este o homem
solidário, feito para ajudar
e com ele está a benevolência,
capacidade de servir, e a paz social,
O Espírito de Deus está na sua casa
E sua tulha estará sempre derramando.
e faze a Prece da Gratidão.
Levanta teu coração para o Alto!
É a hora solene da oração.
Procura reter contigo
o amanhecer de um novo dia
antes que a rotina da vida
disperse o teu recolhimento.
Segue esta pequena trajetória.
Segue esta pequena jaculatória.
Senhor, Sois a Luz da minha vida.
Que eu sinta a vossa presença
na água da minha sede,
e na paz da minha casa.
“Quem chama por Deus
não cansa nunca”
e Ele se fará presente.
Muito pedimos e pouco agradecemos.
Sentimento raro de se encontrar no coração
humano: Gratidão.
Muitos se ufanam:
“Não devo nada a ninguém”.
Engano: devemos muito a todos.
Devemos, particularmente, a nossos vizinhos
a felicidade da boa vizinhança.
Em regra, aquele que acredita nada dever a alguém,
também, nada faz por ninguém.
E o egoísta: macula
os bens da vida, a alegria de viver.
Já a linguagem dos humildes:
“Abaixo de Deus devo tudo o que tenho
a fulano”. É sempre este o homem
solidário, feito para ajudar
e com ele está a benevolência,
capacidade de servir, e a paz social,
O Espírito de Deus está na sua casa
E sua tulha estará sempre derramando.
In: CORALINA, Cora. Vintém de cobre: meias confissões de Aninha. 4. ed. Goiânia: Ed. da Universidade Federal de Goiás, 198
Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985).
Foi poetisa e contista brasileira. Considerada uma das principais escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.
Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985).
Foi poetisa e contista brasileira. Considerada uma das principais escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.
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