9 coisas que os cientistas ainda não sabem sobre o coronavírus

9 coisas que os cientistas ainda não sabem sobre o coronavírus

Parece que foi há muito , mas o mundo só tomou conhecimento do novo coronavírus em dezembro passado.

Apesar dos esforços de cientistas em todo o mundo, ainda há muito que não entendemos sobre ele e, agora, todos de certa forma fazemos parte de um experimento em todo o planeta na busca por essas respostas.

Aqui estão algumas das principais questões pendentes.

1. Quantas pessoas foram infectadas

É uma das perguntas mais básicas, mas também uma das mais cruciais.

Há mais de um milhão de casos confirmados em todo o mundo, mas isso é apenas uma fração do total de infecções. E os números são ainda mais confusos por causa do contingente ainda desconhecido de casos assintomáticos — pessoas que têm o vírus, mas não se sentem doentes.

Os testes que detectam anticorpos permitirão aos pesquisadores saber se alguém já teve o vírus. Somente então entenderemos quão longe ou quão facilmente o coronavírus está se espalhando.

2. Quão letal o novo coronavírus realmente é

Até sabermos quantos casos houve, é impossível ter certeza da taxa de letalidade.

A Organização Mundial da (OMS) aponta que 3,4% das pessoas infectadas pelo vírus morrem, mas há cientistas que estimam que esse índice gire em torno de 1%.

Mas, se houver um grande número de pacientes assintomáticos, a taxa pode ser ainda menor.

3. Quais são todos os sintomas

Os principais sintomas do coronavírus são febre e tosse . Dor de garganta, dor de cabeça e diarreia também foram relatados em alguns casos, e há indícios crescentes de que alguns perdem o olfato.

Mas a questão mais importante é se sintomas leves da gripe, como coriza ou espirros, estão presentes em alguns pacientes.

Estudos apontam que essa é uma possibilidade e que, assim, pessoas estariam infectadas pelo novo coronavírus sem saber disso.

4. O papel que as desempenham na propagação do vírus

As crianças podem definitivamente pegar o coronavírus. No entanto, geralmente desenvolvem sintomas leves, e há relativamente poucas entre crianças em comparação com outras faixas etárias.

As crianças normalmente são superdisseminadoras de , em parte porque entram em contato com muitas pessoas (geralmente no playground), mas, com esse vírus, não está claro até que ponto elas ajudam a espalhá-lo.

5. De onde exatamente veio o vírus

O novo coronavírus surgiu em Wuhan, na China, no final de 2019, onde havia um conjunto de casos com origem relacionada a um mercado de .

Oficialmente chamado Sars-Cov-2, ele está intimamente ligado a vírus que infectam morcegos, no entanto, acredita-se que tenha sido passado de morcegos para uma espécie misteriosa, que depois o transmitiu às pessoas.

Esse “elo perdido” permanece desconhecido e pode ser uma fonte de mais infecções.

6. Se haverá menos casos no verão do hemisfério norte

Gripes e resfriados são mais comuns nos meses de inverno do que no verão, mas ainda não se sabe se o mais quente alterará a propagação do vírus.

Os consultores científicos do governo do Reino Unido alertaram que não está claro se haverá um efeito sazonal. Se houver, eles acham que é provável que seja menor do que o de resfriados e gripes.

Se houver um grande declínio dos casos do novo coronavírus durante o verão, há o risco de eles voltarem a aumentar no inverno, quando os hospitais também precisarão lidar com um fluxo de pacientes gerado por doenças comuns do inverno.

7. Por que algumas pessoas têm sintomas muito mais graves

A é uma infecção leve para a maioria das pessoas. No entanto, cerca de 20% desenvolvem formas mais graves, mas por quê?

O estado do sistema imunológico de uma pessoa parece ser parte do problema, e também pode haver algum fator genético. Compreender isso pode levar a maneiras de impedir que as pessoas precisem de cuidados intensivos.

8. Quanto tempo dura a imunidade e se você pode adoecer duas vezes

Tem havido muita especulação, mas poucas evidências de quão durável é qualquer imunidade ao vírus.

Os pacientes devem construir uma resposta imune, se conseguirem combater o vírus com sucesso.

Mas, como a doença existe há apenas alguns meses, faltam dados mais robustos.

Os pacientes que aparentemente foram infectados duas vezes podem ter sido testados incorretamente, o que apontaria incorretamente que estavam livres do vírus.

A questão da imunidade é vital para entender o que acontecerá a longo prazo.

9. Se o vírus sofrerá mutação

Vírus sofrem mutação o tempo todo, mas a maioria das alterações em seu código genético não faz uma diferença significativa.

Como regra geral, você espera que os vírus evoluam para ser menos mortais a longo prazo, mas isso não é garantido.

A preocupação é que, se o vírus sofrer mutação, o sistema imunológico não o reconhecerá mais, e uma vacina específica deixará de funcionar (como acontece com a gripe).

Fonte: BBC

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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