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Pantanal em chamas

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Incêndio no Pantanal começou em quatro grandes fazendas, aponta investigação

A Polícia Federal indicou que quatro fazendas de Corumbá (MS) foram responsáveis por começarem a queima da vegetação desse Bioma para transformá-lo em pasto para o gado, sendo responsáveis por incendiar 25 mil hectares à serviço do .

Redação

Nesse mês, setembro de 2020, o Pantanal registrou o maior número de focos de incêndio desde 1998, totalizando 6.048 pontos de queimada desse bioma.

Em investigação, a Polícia Federal de MS mostrou que alguns focos de incêndio além de estarem próximos à áreas de preservação, vinham de grandes propriedades particulares. Descobriram, inclusive, quando os incêndios começaram: Califórnia, em 30 de junho; Campo Dania, em 1º de julho; Bonsucesso, em 14 de julho; e São Miguel, em 16 de julho. Segundo a Polícia Federal, havia gado em duas das quatro grandes propriedades rurais investigadas.

 Califórnia, que pertence Hussein Ghandour Neto com 1.736 hectares.
 Campo Dania, que pertence a Pery Miranda Filho e à mãe dele, Dania Tereza Sulzer – Miranda, com 3.061,67 hectares.
 São Miguel, fazenda de Antônio Carlos Leite de Barros com 33.833,32 hectares.
 Bonsucesso, de Ivanildo da Cunha Miranda com 32.147,06 hectares.

A Polícia Federal começou uma operação, cumprindo dez mandados de busca e apreensão, sendo seis na área rural e os demais na cidade. Na casa de Pery Filho, os policiais encontraram armas e munições, e ele acabou preso em flagrante, no entanto foi solto no dia seguinte por determinação judicial. Essas investigações, infelizmente, pouco são efetivas, já que basta esses criminosos pagarem uma quantia que representa uma pequena parcela do que lucram anualmente para serem soltos.

Todas essas fazendas são definidas como grandes propriedades, pois, segundo critérios do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), basta ter uma área superior a 15 módulos fiscais para serem enquadradas nessa categoria. O módulo fiscal é uma unidade de medida agrária usada no que é expressa em hectares e varia de cidade para cidade, pois leva em conta o tipo de exploração no município e a obtida com essa atividade.

Tais propriedades não produzem alimentos para a população, mas sim gado de corte, soja e milho transgênicos e outras monoculturas, todas voltadas para a exportação. O agronegócio é responsável por contaminar solos, devastar e explorar animais, a fim de transformar o Brasil num grande totalmente voltado para a exportação.

As no Pantanal alarmaram o mundo inteiro, mostrando o quanto a gana capitalista por lucro é capaz de destruir biomas, vidas e fundamentais para o equilíbrio da natureza responsáveis por proporcionar condições para a vida humana.

Sendo assim, é necessário defender o futuro da juventude e da classe trabalhadora ameaçado pela sede capitalista, que destrói a natureza, contamina alimentos e massacra os em nome do lucro do agronegócio. Nesse sentido, nessa sexta-feira, 25, estudantes e trabalhadores farão uma mobilização contra as queimadas no Pantanal e na , causadas pelo agronegócio com aval do governo Bolsonaro. É fundamental que a população em geral participe das mobilizações, virtuais e/ou presenciais, repudiando a tendência do capitalismo de destruição da vida humana, da fauna e da flora.

Fonte: Esquerda Diário

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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