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Papa Francisco pede ação em defesa do meio ambiente

Papa Francisco pede ação em defesa do meio ambiente – 
Nesta sexta-feira, 1o de Setembro, o divulgou uma declaração convocando todos os católicos de todo o a agir em defesa do meio ambiente.

A declaração do Papa marca o início do Tempo da Criação – um mês de eventos e manifestações ao redor do planeta pela preservação do meio ambiente que reunirá de todas as vertentes. Também nesa sexta estarão disponíveis as declarações do Patriarca Bartolomeu, da Igreja e o secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas, que representa 500 milhões de cristãos em todo o mundo.

No Brasil, estão programados eventos em Santos e São José dos Campos (SP), Bom Retiro do Sul, Pelotas e Lagoa Vermelha (RS) e Anápolis (GO). Até o fim do mês outras se unirão ao movimento.

O Tempo da Criação, que vai até 4 de outubro, teve origem em 1989, quando o Patriarca Ortodoxo Dimitrios I proclamou o 1 de setembro como um dia de oração pela criação para os Ortodoxos. A data foi abraçado por outras grandes igrejas cristãs européias em 2001 e pelo Papa Francisco para a Igreja Católica Romana em 2015.

Nos últimos anos, estabeleceu-se o término do Tempo da Criação em 4 de outubro por ser a data da festa de São Francisco de Assis, que algumas tradições ocidentais observam. A acolhida pelas diversas vertentes cristãs deve-se ao reconhecimento de que a humanidade tem um papel importante a desempenhar na proteção do meio ambiente.

Este ano, o Tempo da Criação coincide com o 500º aniversário da Reforma Protestante e contará com eventos ecumênicos que destacarão o valor compartilhado da proteção ambiental que supera essa divisão histórica, como, por exemplo, um serviço de orações liderado pelo Arcebispo de Canterbury que terá músicas de Taizé, uma ordem monástica de irmãos protestantes e católicos.

Nas bases das igrejas, cristãos de todo o mundo realizarão ações simbólicas para proteger a , como, por exemplo, uma caminhada liderada pelos indígenas, em torno de um lago em Toronto, um protesto e vigília dirigido por uma freira em um aterro radioativo no Missouri, uma colaboração entre um meteorologista e uma capela católica em Seattle e um serviço de Eucaristia em uma via navegável poluída na Suazilândia.

O Tempo da Criação deste ano tem maior importância face às decisões nos , nação majoritariamente cristã, de abandonar o tratado climático de Paris e reverter as proteções ambientais, incluindo os principais regulamentos climáticos – iniciativas que contradizem a mensagem de cuidado ambiental adotada pelos cristãos de todas as vertentes.

Tomás Insua, diretor executivo do Global Catholic Climate Movement, um dos membros do Comitê Diretor do Tempo da Criação destaca que “O Papa Francisco nos chamou para “ouvir o grito da Terra e o grito dos pobres “. A mudança climática afeta a todos, e o menor entre nós é quem sofre mais. Os cristãos em todo o mundo estão unidos em compaixão pelas pessoas vulneráveis que sofrem com os efeitos das e da degradação ambiental. O Tempo da Criação celebra nosso propósito compartilhado.”

As organizações que lideram os esforços de promoção do Tempo de Criação são o Conselho Mundial de Igrejas, a Rede Ambiental Comunitária Anglicana, a Rede Mundial de Oração do Papa (Apostolado da Oração), o Movimento Global do Católico e a Aliança ACT.

Papa Francisco Or%C3%A1culo de CassandraFoto: Oráculo da Cassandra

ANOTE AÍ:

Esta matéria nos foi fornecida por Rita , da Aviv : www.avivcomunicacao.com.br 

Para outras informações, acesse o site: http://pt.seasonofcreation.org/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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