Parece coruja, mas não é: é o Bacurau
No folclore caboclo, reza a lenda que para participar de uma festa no céu o Bacurau emprestou penas de diversos pássaros. Porém, no dia seguinte, não as devolveu e foi castigado por São Pedro, tornando-se uma ave de hábitos noturnos que solta o grito “amanhã eu vou” referindo-se à devolução das penas.
Por diretodareserva
O Bacurau é uma espécie cheia de hábitos muito curiosos. É uma ave que prefere passar a maior parte do tempo no chão, onde dorme durante o dia todo e, para não ser incomodado, aproveita sua plumagem para se camuflar entre a vegetação rasteira.
É também no chão que faz seu ninho, a fêmea põe os ovos em campo aberto e os choca sozinha. Se perturbada, não pensa duas vezes e muda o ninho para outro lugar, puxando os ovos e andando de marcha à ré.
Conhecido por diversos nomes como Bacurau, Curiango, Ibijau, Acurana ou A-ku-kú, essa ave faz parte da família Caprimulgidae, que no Brasil conta com cerca de 24 espécies diferentes. A maioria é muito semelhante entre si, sendo que apenas pequenos detalhes na coloração das penas permitem distingui-las.
Embora até possam lembrar uma coruja, não há parentesco entre elas. Ao contrário das corujas, que usam suas garras e bicos afiados para caçar e comer suas presas, os Bacuraus caçam insetos em pleno voo. São verdadeiros acrobatas voando e graças à capacidade peculiar entre as aves desse grupo de abrir amplamente o bico, capturam mais facilmente os insetos, sua principal fonte de alimento.
Seus grandes olhos ajudam a identificar a presa no escuro e são sua grande arma de caça, pois os Bacuraus possuem uma estrutura como um espelho no fundo dos olhos que reflete a luz e aumenta sua habilidade de ver no escuro.