Ações pela cultura de paz em Paraisópolis

Governo lança campanha pela paz nas escolas

Governo lança campanha pela paz nas escolas

Governo lança campanha e se propõe a ajudar no movimento  que une governos estaduais e municipais para a promoção de um ambiente escolar de segurança

Por Revista Focus Brasil

A onda de ataques às escolas que assustou o nos últimos dois meses levou o governo a lançar uma campanha nacional para combater a . Na quinta-feira, 20, em cerimônia no Palácio do Planalto foi lançado o movimento “Tamo junto pela paz nas escolas”, que une governos estaduais e municipais na promoção de um ambiente mais seguro e de paz para os estudantes.

“A gente não tem que satisfazer os terroristas que estão fazendo ameaças. A gente tem que dar as aulas, mas tem gente que a solução é levantar os muros das creches. Nós precisamos utilizar a nossa inteligência para tentar recuperar neste país a compreensão de que ser bom é melhor do que ser ruim”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da .

De acordo com o Ministério da (MEC), a ação pretende estimular a união de toda a sociedade com o envolvimento dos governos estaduais e municipais. Entre as ações integradas que serão comunicadas pelo ministério destacam-se a Operação Segura, o Programa Dinheiro Direto na Escola e a destinação de recursos para o combate à violência. A operação atua com ações preventivas e repressivas 24 horas por dia e não tem data para acabar.

“Falou em nazismo, em neonazismo, ameaçou escola, diz que vai fazer ataque, nós estamos pedindo a prisão, e vamos continuar, porque não há como conviver com esse que alguns poucos querem criar, em detrimento de 40 milhões de estudantes”, disse o ministro da e Segurança Pública, Flávio Dino.

A senadora e coordenadora do Setorial Nacional de Educação do PT, Teresa Leitão (PT-PE), destaca que o ambiente escolar é local de acolhimento, de convivência e trocas participativas. A parlamentar enfatiza a importância da união de todos no combate à violência na educação. “É preciso que todas as esferas da sociedade trabalhem juntas”, disse.

Secretária da , do Adolescente e da Juventude da Câmara dos Deputados, e vice-líder do governo Lula na Câmara, a federal Ana Paula Lima (PT-SC) salienta a ação afirmativa do governo no lançamento da campanha, além de todo apoio de segurança pública voltado às escolas. “É preciso que todas as esferas da sociedade, incluindo o governo, a comunidade escolar e as famílias, trabalhem juntas para combater a violência nas escolas e creches brasileiras”, disse.

A parlamentar evidencia ainda que as ações podem ser realizadas com a implementação de políticas públicas de prevenção à violência e o treinamento de professores e funcionários para lidar com essas situações, que fogem ao ambiente normal de uma escola ou creche.

Ainda na quarta-feira, 19, o MEC lançou uma cartilha de recomendações para proteção e segurança no ambiente escolar. O material tem o objetivo de orientar toda a comunidade escolar, incluindo estudantes, familiares e, bem como profissionais da educação, gestores e conselheiros. 

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Fonte: Revista Focus Brasil Imagem de Capa: Rovena Rosa/Agência Brasil

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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