Pequena viagem ao centro da Terra: Terremotos e maremotos

PEQUENA VIAGEM AO CENTRO DA TERRA: TERREMOTOS E MAREMOTOS

Pequena viagem ao centro da : Terremotos e maremotos

Os terremotos são uma indicação clara de que a Terra é um internamente ativo. Os terremotos são fenômenos naturais altamente destrutíveis e assustadores que, dependendo do seu epicentro, quase sempre vêm acompanhados de maremotos, cujas ondas, denominadas tsunamis, quando atingem o litoral, são devastadoras.

Um terremoto pode ser definido como um tremor causado pela liberação repentina de energia. Essa energia é o resultado de deslocamento de rochas que compõem as falhas tectônicas ou que constituem os limites das placas tectônicas. O primeiro impacto do terremoto recebe o nome de primário, sempre com muita intensidade.

Entretanto, os ajustes ao longo de uma falha provocam uma série de abalos secundários que, embora em menor intensidade, dependendo da duração, podem ser tão devastadores quanto o primeiro impacto. Muitos terremotos precedem ou até estão associados a atividades vulcânicas, mas nem sempre o vulcanismo é responsável pelos maiores terremotos.

A Teoria do rebote elástico, do geólogo Reid, explica a dos terremotos. Segundo Reid, a energia armazenada nas rochas submetidas à deformação é semelhante à energia armazenada em uma mola de firmemente enrolada. Quanto mais firme estiver a mola enrolada, tanto mais energia é armazenada. Quando a mola se rompe, a energia é liberada, causando o primeiro grande impacto e, à medida que a mola vai se acomodando, até atingir o formato original, acontecem comparativamente os abalos secundários.

Outro exemplo didático é aquilo que acontece quando se verga uma vara longa e reta sobre o joelho. À medida que a vara verga, ela vai se deformando até chegar ao ponto em que a concentração de energia é tanta que ela se rompe, causando o primeiro impacto. Os movimentos da vara até voltar ao estágio anterior corresponderiam às ondas que provocam os abalos secundários.

Tamanho e Força de um TerremotoPequena viagem ao centro da Terra: Terremotos e maremotos

Atualmente se usam três medidas para avaliar um terremoto. Uma medida é baseada na intensidade. Trata-se de uma avaliação qualitativa dos danos causados por um terremoto.

A escala de intensidade mais utilizada é a Escala de Mercalli, que varia de 1 a 12 pontos. Esta escala não mede a força do terremoto, mas concentra-se nos estragos por ele provocados. Assim, um terremoto forte que acontece em área desabitada é menos importante que um terremoto mais fraco que acontece em área densamente habitada, pois os estragos deste para seres humanos são maiores.

Em contraposição à escala de intensidade, existem as escalas de magnitude, que medem a quantidade total de energia liberada por um terremoto em sua fonte.

É uma escala sem limites, com valores começando por 1, sendo que a maior magnitude até agora registrada foi de 8.6. Embora valores maiores do que 9 sejam teoricamente possíveis, são improváveis, porque as rochas não são capazes de armazenar energia para gerar um terremoto de tal magnitude. Sua existência provocaria uma catástrofe indescritível.

A mais popular e mais usada Escala de Magnitude, é a “Escala Richter” – desenvolvida em 1935 pelo sismólogo Charles Richter. Para evitar grandes números, Richter usou uma escala logarítmica de base 10, convencional para converter a amplitude da maior onda sísmica registrada para um valor numérico de magnitude.

Portanto, cada aumento no número inteiro representa 10 vezes o aumento na amplitude da onda. Por exemplo, a amplitude da maior onda sísmica para um terremoto de magnitude 6 é 10 vezes maior que um terremoto de magnitude 5 e 100 vezes maior que um terremoto de magnitude 4 e 1.000 vezes maior que um de magnitude 3 (10x10x10=1.000).

A Escala Richter foi elaborada para medir as ondas em um sismógrafo e a uma distância específica do terremoto. Uma de suas limitações é que subestima a energia de terremotos grandes, porque mede o pico mais alto em um sismograma, que representa apenas um momento do terremoto. Para solucionar o problema, os sismólogos desenvolveram a Escala de Magnitude Momento Sísmico, que leva em consideração toda a extensão do terremoto e áreas adjacentes.

Intensidade e Amplitude de um Maremoto

Em dezembro de 2004, um terremoto de magnitude 8.9 aconteceu numa extensão de mais de 150 km ao norte de Sumatra, na Indonésia. Uma de suas consequências foi a formação de ondas gigantes que atingiram o litoral da Indonésia, Índia, Tailândia, Malásia e outras áreas da região. Essas ondas causaram a de mais de 150 mil pessoas e prejuízos incalculáveis.

Essas ondas gigantes recebem os nomes de onda de Maré, ou tsunami, que em Japonês significa maremoto. Os tsunamis são ondas marítimas destrutivas geradas pela liberação de grande quantidade de energia. A maior parte desses fenômenos resulta de terremotos submarinos, mas vulcões e deslizamentos marinhos podem também causá-las.

Uma vez formado, o tsunami pode percorrer um inteiro sem ser percebido porque em mar aberto possui ondas baixas e a distância entre as cristas pode ser de quilômetros. Entretanto, quando chegam em águas rasas, essas ondas aumentam incomumente de tamanho causando impactos devastadores nas áreas litorâneas.

Um dos sinais de alerta sobre a aproximação de um tsunami é que alguns são precedidos de uma retirada súbita do mar da região costeira. Nesta ocasião, muitas pessoas desavisadas adentram ao litoral à cata de , corais, conchas, e são pegas em surpresa pelas ondas gigantes.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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