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PERFLUOROCARBONO: O LÍQUIDO RESPIRÁVEL 

PERFLUOROCARBONO: O LÍQUIDO RESPIRÁVEL 

Perfluorocarbono: O líquido respirável que não deixa você se afogar

A Ciência acabou descobrindo um composto líquido que tem a capacidade de ser respirável, como se fosse o próprio oxigênio: é o perfluorocarbono, um composto derivado de um hidrocarboneto no qual o hidrogênio é substituído por átomos de flúor.

PERFLUOROCARBONO: O LÍQUIDO RESPIRÁVEL 
Imagem: Reprodução/Internet

Perfluorocarbono, o líquido respirável

Quem não engoliu água quando aprendeu a nadar quando criança? As pessoas não estão preparadas para respirar nesse meio. Nossos pulmões se enchem de água e nós simplesmente sufocamos, sendo capazes de perder nossas vidas de uma forma verdadeiramente horrível.

Como você já sabe, os seres humanos, como muitos outros animais são incapazes de respirar em meios líquidos. Não podemos obter oxigênio dessa água que penetra rapidamente nos nossos pulmões. Nós não estamos preparados para isso como uma espécie, ao contrário de todas aquelas criaturas marinhas maravilhosas que habitam nossos rios e oceanos.

Agora, os cientistas acabaram descobrindo um composto líquido que tem a capacidade de ser respirável, como se fosse o próprio oxigênio: é o perfluorocarbono, que é um composto derivado de um hidrocarboneto no qual o hidrogênio é substituído por átomos de flúor.

É um produto com grande estabilidade química, capaz de absorver gases e funcionando como um recurso magnífico para aparelhos de refrigeração, impermeabilização, recipientes para micro-ondas e acima de tudo para medicina.

O perfluorocarbono tem sido usado desde os anos 60 para tratar problemas nos pulmões, para a cirurgia do olho e até mesmo para substituir líquido amniótico em fetos.

PERFLUOROCARBONO: O LÍQUIDO RESPIRÁVEL 
Imagem: Reprodução/Internet

Ficção científica? Não, é simplesmente uma realidade incrível

Você pode se lembrar do filme “O Abismo”, do ano de 1989, estrelado por Ed Harris. Nele, vemos pela primeira vez como um rato é submerso em um composto com base em perfluorocarbono e como ele consegue respirar. Foi um dos momentos mais famosos desta produção.

Como no filme, a ideia de respirar líquidos como o perfluorocarbono está sendo estudada para ser aplicada em mergulhadores, especialmente aqueles que vão mergulhar fundo.

A ideia é que em vez de respirar gases, os mergulhadores respirariam esse perfluorocarbono. Dessa forma, como não há gases envolvidos nesse estado, não haveria perigo de sofrer a síndrome de descompressão.

Estima-se que graças à respiração do perfluorocarbono, um mergulhador poderia nadar até uma profundidade de mais de 900 metros, sem medo de sofrer os efeitos de uma descompressão ruim.

E quanto tempo esse mergulhador poderia respirar? Experimentos realizados na década de 1960 revelaram que ratos podem permanecer até 20 horas respirando sem sofrer consequências negativas.

No momento, esse líquido continua sendo investigado e parece ser promissor, chegando a considerar a possibilidade de usá-lo em missões espaciais.

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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