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PF encontra ordem de Bolsonaro em celular de empresário para disparo de fake news

PF encontra ordem de Bolsonaro em de empresário para disparo de

A recente investigação que busca desvendar os bastidores de uma escalada golpista mostra que teve forte apoio entre empresários.

Por Mídia Ninja/Redação

De acordo com informações obtidas pela Polícia Federal (PF), uma mensagem atribuída ao contato “PR Bolsonaro 8”, localizada no celular de Meyer Nigri, o fundador da Tecnisa, revelou conteúdo que ultrapassa o mero teor de críticas a membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e exige a disseminação de fake news relacionadas ao sistema de eletrônica: “Compartilhe ao máximo”, enfatizou a mensagem.

A recente investigação que busca desvendar os bastidores de uma escalada golpista, que culminou no 8 de janeiro, mostra que teve forte apoio entre empresários.

Dentro do da mensagem, o perfil associado a Bolsonaro expressa desaprovação às declarações do ministro Luís Roberto Barroso, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que sustenta a “ e confiabilidade do processo eleitoral”, enquadrando a defesa do voto eletrônico como uma forma de “intromissão”.

Após a diretriz de propagar as notícias falsas e perpetrar ataques a Barroso e a outros ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, cujos nomes não foram mencionados diretamente, o contato identificado como Bolsonaro recebeu uma resposta de Nigri: “Já disseminei para diversos grupos!”. Ao encerrar a conversa com o então ex-presidente, o empresário expressou “cordiais saudações de Veneza”.

O empreiteiro foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) em 2022, sob a suspeita de compartilhar mensagens defendendo um golpe de . A operação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O conteúdo foi revelado pela jornalista Daniela Lima, em seu blog no G1.

Fonte: Mídia Ninja. Imagem: reprodução.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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