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Pílula anticoncepcional ameaça a vida aquática

PÍLULA ANTICONCEPCIONAL AMEAÇA A VIDA AQUÁTICA

Pílula anticoncepcional ameaça a vida aquática

Um dos métodos contraceptivos mais comuns usados pelas – a pílula anticoncepcional – ameaça a vida aquática.

Por Vanessa de Oliveira – pensamentoverde

Todos os dias, os hormônios chegam aos rios e lagos através da urina liberada no esgoto. de todo o mundo têm se dedicado ao dos chamados contaminantes emergentes na água, que são resíduos de fármacos e hormônios.

O termo “emergentes” se deve ao fato de que as pesquisas na área são relativamente recentes – iniciadas no final dos anos 90 – e ainda não há legislação específica que regule a presença desses compostos nos recursos hídricos.

Por estarem presentes em concentrações muito baixas na água – na faixa dos microgramas ou nanogramas por litro –, esses contaminantes não chegam a afetar diretamente a humana. Um micrograma equivale a um milésimo de miligrama, e um nanograma é um milhão de vezes menor que o miligrama.

Mas, apesar disso, essas concentrações podem ter efeitos tóxicos para a vida aquática. Os resíduos vão afetar a base da cadeia alimentar – os microrganismos e os peixes pequenos. De acordo com especialistas, quando se afeta a base, indiretamente se afeta toda a estrutura.

Estudos

Há pesquisas que relacionam a presença de hormônios femininos e outros contaminantes na água com a feminização de peixes e a formação de óvulos em animais machos, indicando que, mesmo pequenas quantidades do estrogênio usado em pílulas anticoncepcionais, podem levar ao colapso de algumas espécies.

Pílula

A partir do momento que eles passam a produzir hormônios femininos, esses animais deixam de produzir os hormônios que vão garantir o processo de maturação do espermatozoide e, com isso, a reprodução pode vir a falhar.

De acordo com um relatório da Agência Federal Ambiental da Alemanha, além dos hormônios, entre as drogas para os seres humanos que mais causam desequilíbrios ambientais estão também os antibióticos, analgésicos, antidepressivos e drogas para combater o câncer.

Entre os medicamentos veterinários, o relatório destaca os hormônios, antibióticos e parasiticidas.

Saneamento

O tratamento do esgoto urbano é fundamental para resolver essa e outras questões ambientais. É preciso levar essa ação onde ainda há do serviço e melhorar onde o sistema já funciona, atualizando a tecnologia das estações de tratamento para limpar, da melhor maneira possível, o esgoto bruto que é recebido e, assim, reduzir ao máximo a presença dessas substâncias.

Pílula anticoncepcional ameaça a vida aquática

 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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