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Projeto Pássaro Solto

Pássaro Solto

Por Redação

Um dos objetivos do projeto é proporcionar aos jovens atendidos a oportunidade de uma formação profissional, que desenvolva aptidões culturais e artísticas, visando a social e econômica através da fotografia. A geração de renda virá de forma alternativa como possibilidade de auxiliar na vulnerabilidade econômica típica da região onde a foi realizada.

O Projeto se baseia nas “Diretrizes para Projetos de Prevenção à entre Jovens”, (, et al., 2014), que é um dos produtos do Projeto Juventude e Prevenção da Violência, realizado pelo Ministério da , que traz à tona a violência como uma das maiores preocupações dos habitantes. E não é à toa que hoje a sensação de insegurança se espalha amplamente entre a população.

O Público alvo, jovens estudantes de 14 a 17 anos, estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública, residentes nas comunidades do entorno da Reserva Biológica do Tinguá, participaram de aulas semanais, sempre no contra turno escolar, onde se discutia temas relevantes sobre a fauna e flora local.

O Projeto recebeu o nome de Pássaro Solto, devido a cultura de criação de pássaros em gaiolas e pela de pássaros existentes no local onde as aulas práticas, seriam realizadas, na Reserva Biológica do Tinguá, parceira da instituição.

O foco das atividades é a capacitação, por meio de oficinas para a prática e documentação da selvagem e dos elementos abióticos do ambiente, como os rios, florestas, e as paisagens da .

Além das aulas práticas sobre o uso de equipamentos fotográficos, e a fotografia subaquática, os alunos também tiveram aulas sobre drones e aulas de ambiental. Além de um olhar refinado, um bom fotografo precisa ter técnica, entender de enquadramento, luz, foco, edição de imagens e estar em constante atualização, e essa foi uma das preocupações dos profissionais envolvidos no projeto.

Fonte: Onda Verde

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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