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PT apresentará plano de reconstrução e transformação do Brasil

PT apresentará plano de reconstrução e transformação do

Proposta começou a ser tratada pela Executiva Nacional, diante da crise da pandemia e do desastre que o país vive sob Bolsonaro. Ideia é recolocar o Estado Nacional e o aprofundamento da democracia no centro do debate das saídas para a crise. Projeto passa por defesa da vida, do emprego e da renda, da valorização da democracia e da soberania nacional

A Comissão da Executiva Nacional do PT deu início nesta segunda-feira, 29 de junho, a um ciclo de debates em torno de um Programa de Reconstrução e Transformação do Brasil a ser apresentado à sociedade brasileira como saída para as crises política, econômica, social e sanitária. A ideia é apresentar ao país nas próximas semanas um projeto de superação da crise social, econômica e política agravada pelo presidente Jair Bolsonaro, que aprofundou a desigualdade no país e colocou o Brasil no seu pior momento da história.

No centro das discussões, o papel do Estado Nacional, forte, aglutinador e indutor do desenvolvimento, capaz de tirar o país do atoleiro institucional, econômico e social. A ideia de mobilizar os líderes do PT e a militância a rediscutirem um novo rumo para o país é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O PT voltou a reafirmar seu compromisso com o impeachment de Bolsonaro, alvo de um pedido apresentado pelo partido, junto com outras seis legendas da oposição – PSOL, PSTU, PCdoB, PCB, PCO e UD – além de 400 organizações da sociedade civil. 

Lula quer aproveitar o ambiente do debate desse plano de reconstrução do Brasil para levar o PT a intensificar saídas políticas. A ideia é, inclusive, aproveitar o momento para apresentar projetos de lei ao Congresso, que intensifiquem a defesa do SUS, da vida e dos direitos sociais e dos trabalhadores, combinando ainda projetos de lei de iniciativa popular que possam mobilizar a sociedade.

“O cenário é de guerra, mas precisamos começar a lidar com a construção de um novo caminho para o país. A nação precisa voltar a ter esperança”, explica a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Ela diz que o debate sobre o futuro do país precisa ser traçado neste momento, em que a crise pode ser usada como oportunidade para mobilizar o país a debater saídas para um novo cenário político.

Cenário de guerra

Gleisi diz que as dificuldades do povo são crescentes, em meio à pandemia, e o governo só as tem aprofundado. A economia brasileira vai encolher 9%, o número de desempregados e de trabalhadores na informalidade supera a marca de 50 milhões de pessoas e o Brasil conta com mais de 58 mil mortes por , além de 1,2 milhão de pessoas infectadas. Isso tudo sem que o governo Bolsonaro tenha sequer um esboço de projeto para o enfrentamento da crise.

“Se o governo não pode ou não quer desenhar um caminho para a retomada do país no pós-pandemia, com desenvolvimento econômico e justiça social, o PT vai apresentar um projeto a ser discutido com amplos setores da sociedade civil e dos movimentos sociais, além do Parlamento, para retomar a construção de uma nação soberana, que olha para todos e está preocupada em distribuir renda e promover o bem-estar”, explica Gleisi. A proposta em discussão ainda está em fase embrionária e seu primeiro esboço foi formulado pelo Centro de Altos Estudos da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT.

Durante a reunião da Executiva Nacional nesta segunda-feira, a ex-presidenta Dilma Rousseff lembrou que, em todo o mundo, os governos e dirigentes políticos começam a discutir a construção de um futuro em que a desigualdade está no centro dos debates. “O Brasil não pode se dar ao luxo de ignorar o que foi realizado entre 2003 e 2016, quando o golpe parlamentar interrompeu um projeto político que buscava manter o foco no povo brasileiro e no desenvolvimento nacional”, lembrou. “Uma parte da nossa tarefa é retomar as  que colocavam os pobres e a maioria da população no centro do Orçamento da União, como beneficiário direto das políticas sociais”.

O presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, está reunido desde o início do mês com os diversos Núcleos de Acompanhamento de Políticas Públicas (NAPPs), além de representantes das setoriais do PT, para desenvolver o plano. Um primeiro esboço será apresentado nesta terça-feira, 30, às bancadas do PT no Senado e na Câmara. Nos próximos dias, a proposta também será levada aos governadores e prefeitos, além dos diretórios estaduais e municipais, assim como as outras instâncias partidárias. “É um ponto de partida para darmos início ao debate e organizarmos um plano estratégico”, diz Mercadante.

Fonte: PT Notícias

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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