Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.

Queimar a cultura para destruir o Brasil

Queimar a cultura para destruir o Brasil

O cinema brasileiro está de luto. Um incêndio atingiu o galpão onde estava a Cinemateca Brasileira, o maior acervo audiovisual da América Latina.

Por Benedita da /brasil247

A extensão dos prejuízos ainda será avaliada, mas o fogo queimou a memória audiovisual brasileira, representando 100 anos de do cinema nacional, com mais de 250 mil rolos de filmes. 

Inimigo declarado da , Bolsonaro não renovou o contrato de administração da Cinemateca, terminado em dezembro de 2019 e ainda demitiu todos os seus profissionais técnicos em agosto do ano passado. Também recusou ajuda da Prefeitura e do governo de São Paulo.

Deixou largado num galpão, com risco de incêndio, falta de vigilância, contas de luz, de água e salários atrasados, nosso precioso acervo audiovisual. Maior imagem de abandono, não há!

Assim, do mesmo modo como o incêndio do Museu Nacional em setembro de 2018, o incêndio da Cinemateca Brasileira não foi um acidente, mas um crime e, como vimos, um crime premeditado, cujos responsáveis maiores são Bolsonaro e seu Secretário Especial de Cultura, Mário Frias.

A destruição da memória e da cultura nacional não são atos isolados, mas parte de uma destruição maior, do desmonte dos direitos sociais, do Estado e da economia nacional, uma destruição começada pelo governo golpista de Temer, logo em seguida ao impeachment contra a presidenta Dilma. 

Mas esse desmonte do não foi somente acelerado, mas atingiu requintes de crueldade no governo do neofascista Bolsonaro, quando a sua genocida levou à morte por Covid mais de 555 mil pessoas.

O objetivo de Bolsonaro é reduzir o Brasil, de nação independente, ao um território de exploração do agronegócio e um “quintal” obediente à geopolítica norte-americana.

Contudo, a destruição de uma Nação e de um povo só se completa se a sua cultura e memória histórica forem também destruídas. E é isso o que Bolsonaro faz e manda fazer na política cultural, com a volta da censura, ao abandonar a maioria da classe artística durante a pandemia e no desmonte das instituições culturais, inclusive daquela criada para preservar a cultura e a memória do povo negro, que é a Fundação Cultural Palmares. 

A defesa da nossa memória histórica, de nossa cultura, bem como do acesso democrático a todas as suas manifestações, expressa o interesse maior do povo brasileiro e por isso é parte vital da sua luta mais geral contra a barbárie bolsonarista.


Salve! Pra você que chegou até aqui, nossa gratidão! Agradecemos especialmente porque sua parceria fortalece  este nosso veículo de independente, dedicado a garantir um espaço de pra quem não tem  vez nem voz neste nosso injusto mundo de diferenças e desigualdades. Você pode apoiar nosso comprando um produto na nossa Loja Xapuri  ou fazendo uma doação de qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Contamos com você! P.S. Segue nosso WhatsApp: 61 9 99611193, caso você queira falar conosco a qualquer hora, a qualquer dia. GRATIDÃO!

PHOTO 2021 02 03 15 06 15

E-Book A Verdade Vencerá – Luiz Inácio Lula da Silva

Em entrevista aos jornalistas Juca Kfouri e Inês Nassif, Lula expressa sua indignação com o massacre sofrido ante a farsa da Lava Jato. Imperdível!
COMPRE AQUI

Capa Lula a verdade 1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA

[instagram-feed]