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Globo, querida, onde estão os 67 milhões de desempregados?

Globo, querida, onde estão os 67 milhões de desempregados?

A TV Globo assumiu a assessoria de imprensa do governo Jair Bolsonaro. Só pode, pelas maquiagens que faz nas reportagens sobre o desemprego no País.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o é a nação com a maior taxa de desocupados no mundo. Um triste recorde alcançado pelo governo de Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.

A República dos Bancos representada pela trinca Guedes, Bolsonaro e velha mídia corporativa tenta disseminar fake news (notícias falsas) sobre dados oficiais.

A mágica funciona da seguinte forma: não se contabiliza entre os desempregados os precarizados, os uberizados, os pejotizados, os informalizados, os intermitentes, os semiescravizados, os desalentados, etc.

O próprio governo reconheceu em discurso na ONU, ainda esta semana, que disponibilizou auxílio emergencial para 65 milhões de pessoas. Ora, os requisitos para obter a ajuda são, segundo a Caixa, esteja desempregado ou exerça atividade na condição de:

  • Microempreendedores individuais (MEI);
  • Contribuinte individual da Previdência Social;
  • Trabalhador Informal.
  • Pertença à família cuja renda mensal por pessoa não ultrapasse meio salário mínimo (R$ 522,50), ou cuja renda familiar total seja de até 3 (três) salários mínimos (R$ 3.135,00).

Os telejornais da Globo, nas últimas horas, bombardearam o pacato cidadão com a informação de uma suposta redução de 5% no desemprego cuja taxa desceu de 14,3% para 13,7%.

Ora bolas, carambolas. A conta não fecha. O governo admite que ajuda 65 milhões de pessoas maiores de 18 anos, o que equivale a 40% da população economicamente ativa (PEA).

De acordo com o IBGE, órgão oficial de pesquisa econômica, o Brasil tem 160 milhões de pessoas economicamente ativa dos quais 80 milhões são considerados desocupados (precarizados, uberizados, pejotizados, informalizados, intermitentes, semiescravizados, desalentados, etc.).

A Globo conseguiu fazer desaparecer ao menos 67 milhões de desempregados, algo que nem Guedes ou Bolsonaro teriam condições de fazer sozinhos.

Por isso cabe perguntar de novo: querida, Globo, onde estão os desempregados?

Sobre isso as agências de verificação “fact-checking” –que deveriam checar as notícias falsas, as fake news– nada dizem. Por quê? Porque os jornalões são os proprietários dessas “fact-checking”, se é que você me entende.

Fonte: Blog do Esmael

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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