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Moro não tem provas contra Lula; Lula tem provas contra Moro

Moro não tem provas contra Lula; Lula tem provas contra Moro

Por: Reginaldo Lopes no 247 

Em nome da justa e necessária luta contra a corrupção, traiu a boa vontade do povo e cometeu crimes para influenciar uma eleição. E isso está provado.

Segundo artigo 254, do inciso IV do Código Penal, o juiz torna-se suspeito se aconselhar uma das partes envolvidas.

Se focarmos por um instante em um dos trechos das conversas reveladas pelo site The Intercept entre Moro, Deltran Dallagnol e demais procuradores da Lava Jato, a ilegalidade e o conluio entre o então juiz e acusação ficam evidentes e inquestionáveis.

Diz o então juiz Moro para o então acusador Dallagnol:

“Prezado, a colega Laura Tessler de vocês é excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem. Desculpe dizer isso, mas com discrição, tente dar uns conselhos a ela, para o próprio bem dela. Um treinamento faria bem. Favor manter reservada essa mensagem.”

Dallagnol responde: Ok, manterei sim, obrigado!

Ninguém haverá de dizer que esse trecho não revela uma colaboração com a acusação por parte de quem deveria julgar o caso de maneira isenta e falar apenas nos autos do processo.

É o fim do herói criado pela mídia, em especial, pela Rede Globo de Televisão, classificada pelo jornalista Glenn Greenwald, que escreveu a matéria revelando as conversas, como cúmplice.

 

Pela Constituição, Moro deveria se julgar suspeito. Como o mundo todo sabe, quem ele julgou foi Lula. Sem apresentar nenhuma prova, condenou um líder popular que estava à frente de todas as pesquisas, em todos os cenários, e ganharia as eleições pela terceira vez.

Depois, virou ministro de quem mais se beneficiou com a prisão injusta, de alguém que sempre defendeu o aniquilamento, inclusive físico, da . Quem serve a um presidente que defende torturador e que já propôs “fuzilar” petistas, realmente não teria qualquer escrúpulo para impedir com que Lula vencesse novamente as eleições.

Quem deveria julgar, ajudou a parte acusadora e como diz o artigo 564 do Código Penal, a decisão de um juiz suspeito deve ser anulada. Por isso, a liberdade de Lula é, mais do que nunca, uma questão de justiça, de soberania nacional e de reparação por um crime de lesa pátria cometido por Moro e pela República de Curitiba.

O próprio nome “República de Curitiba” remete ao golpismo da “República do Galeão”, que perseguiu Getúlio Vargas e o levou ao suicídio em 1954. Os acusadores da época ficaram assim conhecidos por serem alheios à própria República nacional, não precisando respeitar as suas leis.

E a história se repete. Laura Tessler, a procuradora que, nas palavras de Moro, ainda não estava preparada para fazer perguntas nos interrogatórios, defendeu o impedimento das entrevistas de Lula durante as eleições não por motivos jurídicos, mas porque isso poderia “eleger o Haddad”… nessas palavras.

Já Dallagnol, que ficou nacionalmente famoso ao apresentar um Power Point onde todas as setas apontavam para Lula, o mesmo que não tinha provas apenas convicção, mostrou que nem isso tinha.

Ele admite a fragilidade da denúncia fundada em matérias de jornais e se mostra receoso quanto à suposta relação da Petrobras com o inexistente enriquecimento ilícito de Lula.

“Depois que me falaram, ‘to' com receio dessa história do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas na ponta da língua”, disse também em outro trecho. Dallagnol mostrou preocupação em convencer o Brasil de algo que ele próprio não estava convencido.

Uma brevíssima análise, à luz da Constituição, sobre apenas três trechos das conversas reveladas mostram a parcialidade e o caráter persecutório de uma operação que, para impedir a eleição de Lula, cometeu crimes e enganou a população brasileira.

E, segundo Greenwald, ainda vem muito mais por aí!

Fonte: Brasil247


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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