Roubaram as Terras Índias. Onde era mata hoje é capim. Os indígenas cada vez mais acuados, a terra míngua, ficam as memórias.
Por Pedro Casaldáliga
Roubaram as terras índias
E batizam as fazendas
Com nomes índios ausentes.
Aritana, onde estás?
Debaixo da terra os mortos
pedem os cantos da tribo…
E só respondem os bois
calçando a paz invadida.
Aqui onde a mata um dia
erguera seus arcos verdes,
se alastra o capim exangue.
O sol, que foi testemunha,
se vinga no chão despido.
E pela estrada invasora
a seriema costura
uma lembrança impotente.
Pedro Casaldáliga (1928–2020) Poeta. Bispo católico espanhol, expoente da Teologia da Libertação, radicado no Brasil desde 1968 até sua morte. Lutou contra “todas as cercas”. Em: As Águas do Tempo, Ed. Amazônida, Cuiabá, 1989.
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