Sambistas homenageiam Monarco
“Monarco uniu duas fases da Velha Guarda da Portela”, afirmou Paulinho da Viola
Por Portal Vermelho
Líder da Velha Guarda da Portela, Monarco marcou diversos outros artistas da escola. Um dos grandes fãs do baluarte, que morreu neste sábado (11) aos 88 anos, era o compositor Paulinho da Viola, que chegou a produzir o seu disco “Portela passado de glória”, de 1970.
Paulinho lembra que, quando chegou na Portela, o grande samba do momento era “Passado de glória”. canção composta por Monarco, e que deixava a quadra enlouquecida quando era tocada.
— Monarco faz parte de uma geração que surgiu nos anos 1950, a de Candeias e Picolino, que chega um pouco antes da nossa — lembra Paulinho. — Ele tinha uma importância fundamental porque unia duas fases diferentes da Velha Guarda da Portela, já que tinha convivido com grandes membros do passado (ele era o último integrante do grupo original da Velha Guarda). Era sempre a pessoa que procurávamos para falar sobre coisas mais antigas referentes à composição.
Paulinho também presta reverência ao talento de Monarco como cantor e compositor.
— Além de tudo, ele tinha uma voz especial, de uma beleza fantástica — diz. — Você o ouvia cantando e percebia o potencial dele, a força que representava”.
Zeca Pagodinho é outro que lamentou a morte do baluarte, em um vídeo postado em seu perfil no Instagram:
“Perdemos nosso mestre. A Portela está triste, o mundo do samba está triste. Ele cumpriu a missão dele bacana. Deus recebe”.
Em 1999, a cantora Marisa Monte, também portelense, convidou Monarco e a Velha Guarda para gravar o CD “Tudo azul”. Em 2008, foi lançado o documentário “Mistério do samba”, de Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor, também produzido por Marisa Monte, tendo Monarco como um de seus principais personagens.
— Monarco sempre foi um mestre nato, de personalidade generosa que gostava de compartilhar seu saber e suas histórias — disse Marisa Monte. — Sua memória prodigiosa guardava os melhores sambas e era nossa enciclopédia. Testemunha viva da história do samba, a ele a gente recorria quando queria saber sobre os assuntos dos bambas. Um homem generoso e gentil. Um grande brasileiro. Nesse dia eu pude dizer o quanto o amo e digo agora que o amarei para sempre. Obrigada mestre, você viverá eternamente”.
Para o compositor Moacyr Luz, a morte de Monarco representa o fim de uma dinastia:
— A herança dos sambas de quadra, da voz sem microfone, da calça branca, das histórias que só ele sabia e se vão com ele…
Teresa Cristina gravou um vídeo lamentando a perda.
— Muitos sambas que a gente canta hoje em rodas foram trazidos pelo Monarco, pela voz dele, pela cabeça dele, pela lembrança dele… Quando Monarco viu que eu estava pesquisando sobre Candeias, ele me chamava para dar canja na quadra da Portela. Ele me acolheu, me protegeu, me deu um carinho e uma ajuda que não dá para medir. É uma pessoa muito importante para o mundo do samba. Hoje é um dia triste.
Fonte: O Globo. Capa: Divulgação/Portela
Paulinho lembra que, quando chegou na Portela, o grande samba do momento era “Passado de glória”. canção composta por Monarco, e que deixava a quadra enlouquecida quando era tocada.
— Monarco faz parte de uma geração que surgiu nos anos 1950, a de Candeias e Picolino, que chega um pouco antes da nossa — lembra Paulinho. — Ele tinha uma importância fundamental porque unia duas fases diferentes da Velha Guarda da Portela, já que tinha convivido com grandes membros do passado (ele era o último integrante do grupo original da Velha Guarda). Era sempre a pessoa que procurávamos para falar sobre coisas mais antigas referentes à composição.
Paulinho também presta reverência ao talento de Monarco como cantor e compositor.
— Além de tudo, ele tinha uma voz especial, de uma beleza fantástica — diz. — Você o ouvia cantando e percebia o potencial dele, a força que representava”.
Zeca Pagodinho é outro que lamentou a morte do baluarte, em um vídeo postado em seu perfil no Instagram:
“Perdemos nosso mestre. A Portela está triste, o mundo do samba está triste. Ele cumpriu a missão dele bacana. Deus recebe”.
Em 1999, a cantora Marisa Monte, também portelense, convidou Monarco e a Velha Guarda para gravar o CD “Tudo azul”. Em 2008, foi lançado o documentário “Mistério do samba”, de Lula Buarque de Hollanda e Carolina Jabor, também produzido por Marisa Monte, tendo Monarco como um de seus principais personagens.
— Monarco sempre foi um mestre nato, de personalidade generosa que gostava de compartilhar seu saber e suas histórias — disse Marisa Monte. — Sua memória prodigiosa guardava os melhores sambas e era nossa enciclopédia. Testemunha viva da história do samba, a ele a gente recorria quando queria saber sobre os assuntos dos bambas. Um homem generoso e gentil. Um grande brasileiro. Nesse dia eu pude dizer o quanto o amo e digo agora que o amarei para sempre. Obrigada mestre, você viverá eternamente”.
Para o compositor Moacyr Luz, a morte de Monarco representa o fim de uma dinastia:
— A herança dos sambas de quadra, da voz sem microfone, da calça branca, das histórias que só ele sabia e se vão com ele…
Teresa Cristina gravou um vídeo lamentando a perda.
— Muitos sambas que a gente canta hoje em rodas foram trazidos pelo Monarco, pela voz dele, pela cabeça dele, pela lembrança dele… Quando Monarco viu que eu estava pesquisando sobre Candeias, ele me chamava para dar canja na quadra da Portela. Ele me acolheu, me protegeu, me deu um carinho e uma ajuda que não dá para medir. É uma pessoa muito importante para o mundo do samba. Hoje é um dia triste.
Fonte: O Globo. Capa: Divulgação/Portela
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