“O suicídio é apenas a ponta de um iceberg”, diz especialista
Dados recentes
O Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, divulgou em abril deste ano o Mapa da Violência 2017, que revelou um aumento de quase 10% das taxas de morte por suicídio de 2002 a 2014, na faixa dos 15 aos 29 anos.
Em relação ao Rio Grande do Sul, a cada 100 mil habitantes, 10,14 morreram por suicídio em 2015. Esse número é quase o dobro da média nacional, que é de 5,4. No total, são cerca de mil óbitos por suicídio a cada ano no Estado. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano em todo o mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, as taxas de suicídio são de 15 casos a cada 100 mil habitantes para os homens e 8 casos a cada 100 mil habitantes para as mulheres.
O diagnóstico tardio, a carência de serviços de atenção à saúde mental e o tratamento inadequado agravam a evolução da doença. “Por isso, devemos detectar precocemente a vulnerabilidade emocional e encaminhar para tratamento psiquiátrico e psicológico”. Ainda conforme a psiquiatra, cerca de 95% dos suicídios podem ser prevenidos. “Uma grande parcela de suicidas não necessariamente queria morrer, só queria dar um tempo na vida, queria uma pausa ”.
A partir da década de 1990, a OMS passou a considerar a doença como um problema de saúde pública e incentivou a criação de planos nacionais e estratégias de prevenção eficazes. O Setembro Amarelo é um exemplo de campanha de conscientização, foi implantada no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em 2014 e promove ampla divulgação de informações. Somado a isso, em conjunto com outros estados-membros da OMS, o País assumiu o compromisso de reduzir em 10%, até 2020, o número de suicídios.
Para ajudar pessoas e familiares, o CVV realiza apoio emocional através de um atendendo voluntária e gratuito, sob total sigilo, por intermédio do telefone (188), e-mail, chat e site, disponível 24 horas, todos os dias.
Fonte: Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento, Carmen Baldisserotto