SINPRO: COLETIVO DA JUVENTUDE APROVA CARTA-COMPROMISSO

Coletivo da Juventude do Sinpro-DF aprova Carta-Compromisso

O Coletivo da Juventude do Sinpro aprovou, em reunião virtual no último dia 23 de julho, sua Carta-Compromisso do 1º Encontro do Coletivo da Juventude do Sinpro-DF

O documento denuncia o desalento das gerações mais jovens do Magistério público diante de um processo neoliberal de precarização das condições de trabalho, e reconhece a importância da organização sindical para os desafios enfrentados pela juventude.

“A juventude assiste a esse processo [de flexibilização dos direitos trabalhistas e precarização do trabalho] sendo a faixa etária mais afetada, enfrentando as piores condições de trabalho, salários mais baixos e falta de reconhecimento”, aponta o documento.

A Carta-compromisso do Coletivo da Juventude do Sinpro denuncia que “Os(as) professores(as) mais jovens estão na linha de frente e são os que mais sofrem com a instabilidade e vulnerabilidade da contratação temporária.

Sem garantia de direitos básicos, os(as) professores(as) mais jovens se veem cada vez mais adoecidos(as) e frustrados(as), por isso temos que lutar por mais vagas e mais concursos públicos”, e aponta como tarefa fundamental do coletivo lutar contra todo e qualquer tipo de informalidade.

O documento aprovado pelo coletivo também aponta a luta contra o racismo, machismo e LGBTQIAPN+fobia como fundamental para a promoção de um ambiente educacional inclusivo e livre de preconceitos, propiciando assim uma escola que forme cidadãos e cidadãs conscientes de seus direitos.

Outro eixo assinalado pelo documento do coletivo da Juventude do Sinpro-DF é a pauta do esporte, lazer e .

Após afirmar a necessidade de se construir nas escolas mais debates e formações sobre o bem-viver e o meio ambiente, o texto afirma que o Coletivo da Juventude do Sinpro “assume o compromisso de lutar por melhores estruturas nas escolas das periferias, que são as mais afetadas pelas mudanças climáticas, e com a luta por mais oferta de serviços públicos que possibilitem a juventude ter mais acesso à , esporte e lazer.”

Por fim, o Coletivo da Juventude lembra da importância de fomentar o pertencimento transgeracional a partir de ações de aproximação com a juventude trabalhadora para o fortalecimento da luta coletiva.

Apenas a luta coletiva é capaz de proporcionar vitórias importantes para a categoria.

Carta-compromisso do 1º Encontro do Coletivo de Juventude do SINPRO-DF

Prezados(as) filiados(as) do SINPRO-DF,

Nós, do Coletivo de Juventude do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (SINPRO-DF), reunidos em nosso primeiro encontro, viemos formalizar nosso compromisso com as pautas e desafios enfrentados pela juventude no âmbito da educação e do trabalho.

Com o avanço das políticas neoliberais nos últimos anos, observamos o aumento da flexibilização dos direitos trabalhistas e, consequentemente, da precarização do trabalho.

A juventude assiste a esse processo sendo a faixa etária mais afetada, enfrentando as piores condições de trabalho, salários mais baixos e falta de reconhecimento.

É necessário que a juventude discuta sobre a importância da luta sindical para promover mudanças estruturais no mundo do trabalho. Este coletivo se compromete a lutar por condições decentes de trabalho para a juventude.

Estaremos na luta por uma educação democrática, popular, gratuita, inclusiva e de qualidade socialmente referenciada.

1. Contra a Precarização da Educação, Informalidade, Precarização do Trabalho e Flexibilização das Leis Trabalhistas: A educação no Distrito Federal tem passado por diversas dificuldades.

As salas de aula superlotadas, o aumento massivo de professores em regime de contratação temporária em detrimento da falta de concurso público, a desvalorização da carreira e a falta de investimento são exemplos do projeto de precarização do governo de Ibaneis e Celina.

Os(as) professores(as) mais jovens estão na linha de frente e são os que mais sofrem com a instabilidade e vulnerabilidade da contratação temporária.

Sem garantia de direitos básicos, os(as) professores(as) mais jovens se veem cada vez mais adoecidos(as) e frustrados(as), por isso temos que lutar por mais vagas e mais concursos públicos. A precarização no mundo do trabalho e a flexibilização das leis trabalhistas têm empurrado cada vez mais jovens para condições de trabalho indignas.

Esse é o resultado das políticas neoliberais que prometem gerar mais empregos a partir da flexibilização das leis trabalhistas, mas o que vemos é o contrário. O aumento do poder discricionário dos empregadores não implica em mais emprego, mas sim em mais exploração e retirada de direitos.

É tarefa fundamental deste coletivo lutar contra todo e qualquer tipo de informalidade.

2. Combate ao , Machismo e LGBTfobia: A luta contra o racismo, machismo e LGBTQIAPN+fobia é fundamental, essas formas de preconceito se manifestam de maneira extremamente violenta nas escolas.

O combate a todas as formas de discriminação e a promoção de um ambiente educacional inclusivo e livre de preconceitos são primordiais para uma escola que forme cidadãos e cidadãs conscientes de seus direitos.

Hoje, as mulheres jovens periféricas são as que mais sofrem com os diferentes tipos de violência dentro e fora da escola. Lutar por uma educação que contribua para a emancipação das mulheres, do negro e da comunidade LGBTQIAPN+ é lutar por uma educação que seja do tamanho dos nossos sonhos.

3. História do Sindicato, Organização e Formação Sindical: É essencial levar a história do sindicato para as escolas e mostrar às novas gerações a trajetória de luta do SINPRO-DF.

Fomentar o pertencimento transgeracional e enfrentar a de representatividade, promovendo atividades de formação com dinâmicas que contribuam para esse objetivo.

Precisamos repensar as formas de organizar a juventude no sindicato, fortalecendo o trabalho de base e investindo na formação. Esse processo de acúmulo político é de extrema importância para a luta sindical.

Apenas a luta coletiva é capaz de proporcionar vitórias importantes para a categoria. Devemos organizar cada vez mais jovens dentro do sindicato com o objetivo de atualizar constantemente nossas pautas e formar novos quadros.

4. Cultura, Direito à Cidade, Esporte, Lazer e Meio Ambiente: Vivemos numa cidade proibida para a juventude, o Distrito Federal tem grandes lacunas quando o assunto é e acesso à cultura.

É direito de todo(a) jovem ter acesso aos equipamentos públicos de , cultura, esporte e lazer, isso faz parte do acúmulo de vivências necessárias para a formação de cidadania.

O neoliberalismo produz e reproduz a política de destruição e precarização das relações sociais e humanas. De acordo com a sua lógica, não há motivo para a existência de uma política de bem-viver, onde nossa relação com a natureza seja de harmonia e colaboração.

Logo, devemos construir em nossas escolas mais debates e formações sobre bem-viver e meio ambiente.

Esse coletivo assume o compromisso de lutar por melhores estruturas nas escolas das periferias, que são as mais afetadas pelas mudanças climáticas, e com a luta por mais oferta de serviços públicos que possibilitem a juventude ter mais acesso à cultura, esporte e lazer.

Nosso compromisso é com a construção de um mais justo para todos(as) os(as) jovens trabalhadores(as). Contamos com a participação e o engajamento de cada um de vocês para fortalecer a luta. longa ao Coletivo de Juventude do SINPRO-DF.

Atenciosamente,

Coletivo de Juventude do SINPRO-DF

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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