Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.
TAIS: O BELO TECIDO TRADICIONAL DO TIMOR-LESTE

TAIS: O BELO TECIDO TRADICIONAL DO TIMOR-LESTE

TAIS: O BELO TECIDO TRADICIONAL DO TIMOR-LESTE

O tecido tradicional de Timor-Leste chama-se e é elaborado artesanalmente em teares, por meio de uma técnica de tecelagem criada pelas timorenses.

Trata-se de um tecido que, por meio das , dos motivos e das técnicas utilizadas em sua  produção, retrata a   étnico-linguística do Timor-Leste, mantendo a de cada região.

Os TAIS são utilizados  para a ornamentação cerimonial, decoração e vestuário.

Embora várias cores sejam utilizadas na produção do tecido, o vermelho é a cor dominante.

Para muitas comunidades timorenses,  a cor vermelha  está tradicionalmente associada à , ao sangue e à coragem.

 Tradicionalmente, também se usa muito o preto e o amarelo.  Diz-se que quanto mais preto houver no tecido, maior a  importância da pessoa a quem se destina.

Os TAIS usados em cerimônias celebram as várias fases da vida de uma pessoa, de uma família ou de  uma comunidade, como a  apresentação de um recém-nascido, um casamento, um enterro, a inauguração de uma casa, de uma , ou uma festa comunitária.

Nas cerimônias oficiais, complementa-se o uso do TAIS  com plumas, ouro, coral ou prata e outros adornos típicos, principalmente para as danças.

Os homens usam tradicionalmente a tais mane, que enrolam ao redor da cintura. As mulheres usam o tais feto, uma forma de vestido sem alças.

Os tecidos são realizados maioritariamente por mulheres, sendo, por sua simbologia e importância, uma atividade bastante respeitada nas comunidades.

A principal fibra utilizada é o algodão, em geral fiado à mão nos locais onde é cultivado.

Recentemente, com a entrada de produtos globalizados no Timor-Leste,  o TAIS passou a ser produzido também industrialmente,  com fibras sintéticas e fios pré-tingidos. Mesmo assim, continuam lindos!

 

tais-planeta-vida

Foto: Vida

As fontes consultadas para esta matéria foram: EPortuguese  Diak Timor 

Dreamstime  A  fotos da matéria são de: Timor Treasures

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA