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Técnico menos bem pago na Copa de 2018 e campeão da Copa Africana: veja o trabalho de Aliou Cissé em Senegal

Técnico menos bem pago na Copa de 2018 e campeão da Copa Africana: veja o trabalho de Aliou Cissé em Senegal

A Copa do Mundo de 2018 teve apenas um técnico negro entre 32 Seleções: o senegalês Aliou Cissé. Na ocasião, foi constatado que ele era o técnico com menor salário no Mundial, o que gerou um importante e muitas vezes esquecido debate sobre a escassez e menor valorização de treinadores negros.

Por Patrick Simão / Além da Arena

A escassez de treinadores negros se aplica aos mais diversos contextos do futebol: podemos analisar o Brasileirão Masculino, que este ano será finalizado sem nenhum treinador negro entre 20 times. O mesmo vale para o futebol internacional, entre clubes e Seleções, no feminino, masculino e categorias de base.

No caso de Cissé, que treina uma Seleção do continente africano, mais estereótipos se voltam ao seu trabalho, visto que há muitas análises rasas que resumem o futebol africano somente à força física, não analisando a tática, através de pressupostos eurocêntricos.

Cissé é um dos maiores nomes do futebol senegalês e, em 2021, conquistou a Copa Africana de Nações. Em 2019, ele já havia sido vice-campeão do torneio. Ele é técnico da Seleção nacional desde 2015 e vem desenvolvendo um grande trabalho. Este projeto começou em 2013, quando começou a comandar a Seleção sub-23 de Senegal.

Como jogador, Cissé também chegou a uma final de Copa Africana, em 2002, quando foi vice-campeão. Neste ano, ele também levou a Seleção Senegalesa a uma histórica quartas de final de Copa do Mundo. Esta equipe que angariou mais torcedores para Senegal, que por pouco não se tornou a primeira Seleção africana a ser semifinalista, caindo na prorrogação para a Turquia.

Cissé teve grande destaque no futebol francês, começando sua carreira no Lille em 1994. Entre 1998 e 2002 ele jogou no PSG, onde foi campeão da Copa Intertoto da UEFA, ao lado de Ronaldinho Gaúcho. Ele ainda jogou no Montpellier, da França, depois foi para a Inglaterra atuar no Birmingham e Portsmouth, e encerrou sua carreira em 2009 no futebol francês, jogando pelo Sedan e pelo Nimes.

Hoje, aos 47 anos, Cissé é um técnico de muito futuro e que está no projeto visando Senegal na Copa do Mundo de 2026, em uma equipe comandada pelo atacante Sadio Mané.

Fonte: Mídia Ninja. Foto de capa: Aliou Cissé após o título da Copa Africana (Reprodução).

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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