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Testes de urina comprovam níveis alarmantes de pesticidas nos alimentos

Testes de urina comprovam níveis alarmantes de pesticidas nos alimentos

Dieta 100% orgânica demonstrou queda de até 95% nas taxas de que impactam no cerebral de crianças

Por: Redação Globo Rural Agências – revistagloborural

Um coordenado por pesquisadores da da Califórnia, Berkeley e os ‘Friends of the Earth’ (Amigos da , em inglês) rastreou elevados níveis de pesticidas na urina de todos os integrantes de quatro famílias dos que participaram voluntariamente da pesquisa.

Durante duas semanas consecutivas, os pesquisadores analisaram amostras das urinas que foram testadas para pesticidas e para metabólitos (produtos derivados do metabolismo químico a partir dos pesticidas químicos).

Os resultados surpreenderam até mesmo os pesquisadores: dos 14 químicos testados na urina, todos os membros das famílias tiveram níveis detectáveis. Após seguirem a dieta orgânica, esses níveis caíram drasticamente. Os níveis de todos os químicos testados declinaram mais que pela metade, em média. Níveis detectáveis para o pesticida malathion (inseticida sintético) – relacionado como ígeno segundo a Organização Mundial da (OMS) – decresceu 95% com a dieta orgânica.

Dentre os pesticidas encontrados neste estudo, o Malathion é apenas um do grupo chamado de organofosfatos, que é centro de uma grande preocupação dos especialistas em devido aos impactos no desenvolvimento cerebral infantil. Criados como ‘agentes nervosos’ para serem usados na Segunda Mundial, os organofosfatos têm sido relacionados com o aumento das taxas de autismo, dificuldades de aprendizagem e redução do QI em crianças.

Fonte: https://revistagloborural.globo.com/Noticias/noticia/2019/02/testes-de-urina-comprovam-niveis-alarmantes-de-pesticidas-nos-alimentos.html?fbclid=IwAR02LmPLKLxmyVhYSXqsPt9KcSTq0Rho1dL2NwwINnyyhZJw13Blucv2ml0

 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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