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Tiradentes: A cidade mais bonita do Brasil

TIRADENTES: A CIDADE MAIS BONITA DO BRASIL

Tiradentes: A cidade mais bonita do Brasil

Precisou a revista norte-americana Departures, especializada em viagens, declarar Tiradentes a cidade mais bonita do pra gente pensar que, de fato, pra nós também Tiradentes é uma lindeza de cidade, um dos recantos mais bonitos do Brasil.

Por Eduardo Pereira

Localizada a menos de 200 km de Belo Horizonte, capital do de , é uma pérola da arquitetura barroca, um preservado, um lugar para caminhar a pé, com muita calma e vagar, entre ruas de paralelepípedos, belas lojas de mineiro e deliciosos cafés.

Nascida aos pés da Serra de São José, a cidade era apenas um rico arraial minerador no começo do século XVIII. Em 1718, passou a ser Vila São José, em ao então príncipe português D. José I.

Com a Proclamação da República (1889), o município passou a se chamar Tiradentes, nome do mártir da Inconfidência Mineira (1789), nascido na região e que morreu lutando contra a monarquia portuguesa. Quando o ouro se tornou escasso nas redondezas, a cidade perdeu relevância, sendo redescoberta na década de 1970.

Excepcionalmente preservado graças ao baixo movimento durante muitas décadas, o conjunto arquitetônico barroco de Tiradentes reúne joias como o encantador Chafariz de São José, construído em 1749 para abastecer a cidade de água potável e que está em funcionamento até hoje.

Eduardo Pereira – Sociólogo, com informações da Revista Departures e da EMBRATUR.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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