Search
Close this search box.

“Tormenta”: Livro revela os ‘podres’ do presidente

“Tormenta”: Livro revela os ‘podres’ do presidente

Livro revela ‘podres’ de Bolsonaro dos quais todos já haviam sentido o cheiro

Por Fernando Brito

Neste período em que a está mais parada que os pedidos de aposentadoria ao INSS, as revelações do  Tormenta, da jornalista Thaís Oyama, que estão sendo antecipadas, a conta-gotas, pela revista Época só não são mais escandalosas porque, afinal, todos já desconfiavam que tivessem ocorrido de forma bem próxima à que ela situa no texto.

A primeira – e mais grave – a de que Jair Bolsonaro praticou obstrução da ao orientar o que deveria ser o depoimento do ex-assessor Fabrício Queiroz sobre o caso das “rachadinhas”, calando-se sobre quase tudo – sob a alegação que seus advogados deveriam ter acesso à investigação, antes – mas abrindo a boca apenas para negar qualquer envolvimento da família presidencial no caso.

Ninguém, nem a velhinha de Taubaté, acredita que Queiroz está vivendo semiclandestino em e pagando do bolso(naro?) o caro tratamento de câncer no Hospital Albert Einstein, mantendo toda a família submersa e calada.

A segunda é a “quase demissão” de , por este ter tentado colocar areia na suspensão da investigação sobre Flávio Bolsonaro.

Pode ter havido a vontade, até o ensaio do rompante, mas não há esta possibilidade.

Bolsonaro e Moro são o que em biologia chamar-se-ia “mutualismo obrigatório, uma forma de interdependência fisiológica necessária”, da qual a separação “pode acarretar um desequilíbrio metabólico em ambas espécies ou levá-las a morte súbita”, como já tratei aqui há vários meses.

Jair Bolsonaro sabe que depende de Moro para ornar seu suposto (ponha suposto nisso) moralismo e Sérgio Moro sabe que, sem poder, vai dar meia-dúzia de palestras, abrir um escritório de lobby, digo, de advocacia e mais nada.

Pior, perderá grande parte da cobertura com que conta nos meios jurídicos para que “não venha ao caso” o lote e arbitrariedades que contém sua atuação na Lava Jato.

O resto, das peripécias nomeativas e da ciclotimia de Carluxo, também era sabido. E se não fosse, a postagem desta noite, explorando a imagem do filho da Gretchen na maternidade, bastaria para mostrar que se está diante de um caso patológico.

Fonte: Tijolaço

topo tijolacoTEST 1

[smartslider3 slider=43]

 

 

 
Nenhuma tag para este post.

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA

[instagram-feed]