Museu Nacional: Reconstrução retomada

Museu Nacional: Três anos após incêndio, tem início obra de reconstrução 

Por Brasil de Fato

Foram necessários três anos e dois meses para que o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro, começasse a ter o seu prédio reconstruído. A instituição foi atingida por um incêndio em setembro de 2018 e, desde então, vem tentando obter recursos financeiros para se reerguer. 
A obra de reconstrução da fachada e do interior do prédio teve início nesta sexta-feira (12) e contou com a presença do secretário municipal de Planejamento Urbano, Washington Fajardo. A previsão é que a reabertura ao público ocorra em 2026.
A expectativa é que a fachada do prédio esteja recuperada até 7 de setembro de 2022, ano de bicentenário da Independência do Brasil e quando ocorrerão comemorações pela data.


Destruído por um incêndio em 2018, Museu Nacional tem previsão de reabertura para 2026 / Beth Santos

Os sucessivos atrasos para a recuperação do prédio, que ficou destruído após seis horas de incêndio no dia 2 de setembro de 2018, são decorrentes da falta de verba. Até agora, a instituição arrecadou 65% dos R$ 385 milhões necessários para a reconstrução, boa parte vindo da Vale e do BNDES.
Residência de João VI a partir da chegada da família real ao Brasil, em 1808, o prédio se converteu no maior museu de história natural e antropológica da América Latina. Com o incêndio, porém, foram perdidos cerca de 85% dos 20 milhões de itens de coleções de biologia, botânica, arqueologia, geologia, paleontologia, zoologia, etnologia e antropologia. 


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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