UFC passa a permitir que atletas usem Maconha
Desde o dia 31 de dezembro de 2023, o UFC (Ultimate Fighting Championship) removeu oficialmente a maconha de sua lista de substâncias proibidas para lutadores, alinhando a nova política antidoping com uma tendência internacional, reconhecendo que não há motivos para vetar a cannabis da vida dos atletas.
Por Anitta Krepp/Mídia Ninja
A decisão foi baseada no fato de não haver qualquer comprovação científica de que a erva influencie nos resultados nem tampouco no desempenho dos esportistas.
Essa mudança reflete uma tendência de organizações esportivas modificarem suas políticas sobre a maconha. A NCAA (Associação Atlética Universitária Nacional), a NBA (Associação Nacional de Basquete) e a MLB (Major League Baseball) também revisaram sua posição em relação à cannabis. A NBA permite inclusive que os jogadores invistam em marcas de cannabis sob condições específicas.
A NFL (National Football League) também mudou sua política de testes de drogas em 2020 e desde então tem apoiado pesquisas sobre cannabis no alívio da dor, como uma possível alternativa aos opioides.
Em 2018, a WADA (Agência Mundial Antidoping), órgão responsável pelo controle antidoping dos Jogos Olímpicos, excluiu o CBD da lista de substâncias proibidas, mas ainda mantém a proibição do THC.
Fonte: Mídia Ninja. Foto: Divulgação.

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No entanto, os avanços das pesquisas sobre o uso medicinal da Cannabis estão fazendo o jogo mudar. Diversas são as possibilidades para o uso dos canabinoides, que vão desde os ergogênicos a benefícios colaterais. Essas novas possibilidades têm obrigado federações a rediscutirem regras e limites sobre o uso dessa substância.
Benefícios da Cannabis no esporte
Um dos principais usos da maconha para atletas é como analgésico e anti-inflamatório. Alguns canabinoides, como o canabidiol (CBD), o canabigerol (CBG) ou o tetrahidrocanabinol (THC), podem ajudar a inibir dores ou melhorar a recuperação de lesões. Estudos apontam que estas substâncias podem acelerar a recuperação do corpo sem maiores prejuízos à performance.
O meio de uso dos canabinoides costuma ser o oral, com os óleos. Entretanto, outras soluções podem ser interessantes, como o uso de cremes tópicos que agem diretamente no local da dor. Outro uso relatado é a respeito do uso da Cannabis na melhora da qualidade do sono ou no controle da ansiedade.
Melhora do apetite
Uma das possíveis aplicações dos canabinoides está em questões relativas à fome e ingestão de alimentos. Praticantes de diversas modalidades esportivas, como o fisiculturismo, necessitam seguir uma rigorosa ingestão de alimentos. Os relatos de diversos atletas apontam que o THC ou o CBG ajudam a melhorar o apetite e manter a rotina de refeições.
Em outra direção, um fitocanabinoide menos conhecido pode ajudar a reduzir a fome. O THCV (tetrahidrocanabivarina) vem sendo cada vez mais utilizado por sua capacidade de ajudar a redução do apetite e diminuir a intolerância à glicose. Assim, ele pode oferecer não só alternativas para tratamentos de obesidade e diabetes, como também ajudar a atletas que precisam controlar a ingestão calórica.
Maconha é doping no esporte?
Os avanços da Cannabis medicinal estão fazendo com que federações de diversas modalidades repensem as regras sobre a substância. A Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês) coloca o THC na lista de substâncias proibidas em competições, quando excede a concentração urinária limite de 150 ng/mL(nanograma por milímetro). O uso do CBD é permitido apenas em extrato puro, que não apresenta todos os benefícios do óleo full spectrum. Oléos full spectrum são aqueles que preservam os componentes naturais da planta, como canabinoides, flavonoides e terpenos.
No entanto, ao contrário da WADA, no ano passado a Liga Americana de Basquete (NBA) autorizou o uso da maconha por seus atletas. A mudança resultou da demanda de diversos atleta. Um deles foi o astro Kevin Durant, um dos maiores pontuadores da história da liga. Contudo, vale destacar que o uso da Cannabis é legal em 23 estados, três territórios dos EUA, e na capital Washington.
Recentemente a NFL (Liga Nacional de Futebol Americano, em livre tradução) mudou suas regras em relação ao THC. A substância continua proibida. Contudo o limite estabelecido passou de 150 ng/mL para 350 ng/mL. Além disso, a NFL reduziu a multa aplicada ao atleta que testar positivo.
Desde 2022, a NFL vem fomentando pesquisa sobre a aplicação do CBD em casos de concussão cerebral. Devido aos constantes choques, este esporte apresenta maiores riscos de lesões no sistema nervoso central. Outros estudos já sugerem os benefícios do CBD para estes casos.
E você, sabia de todos os benefícios da maconha para os atletas e demais praticantes de esporte? Se quiser saber mais sobre o universo da Cannabis, acompanhe o podcast “Não É Sobre Maconha”, realizado pela APEPI.





