UM MILITANTE IMPRESCINDÍVEL 

UM MILITANTE IMPRESCINDÍVEL 

UM MILITANTE IMPRESCINDÍVEL 

Uma das maiores experiências de socialismo que habitou entre nós.

Geraldo Araújo 

Minha formação política eu devo, em grande parte, ao Athos. Sua militância nunca terá fim!

José do Carmo

Em vida, um símbolo de luta, fé, amor e esperança. Um ser encantador, que nos deixa a certeza de que juntos podemos mais.

Welio de Iraci Chegou 

Conheci o Athos em Cavalcante, na luta, nos anos 1980, na fundação do PT, em reuniões com posseiros do norte goiano, pessoas que gastavam até dois dias a cavalo para chegar lá. Era uma época muito difícil, mas o Athos conseguiu formar um núcleo do PT em Cavalcante. Ele tinha essa capacidade, essa paciência de conduzir as pessoas. Ele era uma pessoa séria, mas alegre. Era um homem bom, no coração dele tinha muita compaixão e era muito caridoso.  

Helena Hatsuko Miyagusuku

Meu companheiro Athos Pereira eu conheci há mais de 40 anos, quando nós éramos todos jovens ainda. Juntos, conseguimos construir o nosso PT. Ganhamos prefeituras, ganhamos a presidência do Brasil, não uma, mas cinco vezes. Isso só foi possível por termos tido como companheiro um militante como o Athos Pereira, um intelectual com a prática de trabalhador, um pensador com visão operária. Militantes como o Athos Pereira, nessa vida, eu conheci muito poucos. Muitas vezes eu saía daqui sem ter como voltar pra casa e o Athos, discretamente, nunca me deixou sem jeito de voltar pra casa. Eu nesse momento estou meio perdido politicamente. Eu sinto uma falta imensa dele aqui para uma vez mais nos orientar e nos dar a serenidade para seguir em frente. Eu quero dizer aos filhos do Athos Pereira que pouca gente tem um pai como o que eles tiveram, que sempre trabalhou para melhorar a vida do povo brasileiro. 

Joaquim Narciso

Athos sempre foi e será uma grande referência pra mim e muitos outros que acreditam na luta diária por justiça como um compromisso inalienável da existência, de estar no mundo. E nesse compromisso de vida ele nos liderava e orientava politicamente, em ensinamentos e reflexões permanentes e profundas. Nos momentos de dúvidas e cansaços, de tristeza e desânimo, sempre me vem o exemplo dele, de muita dignidade, disciplina, humildade, perseverança e coerência; a sua capacidade de entendimento mais além, mais ampla e sistemática, pra daí me animar e seguir adiante, com sua força e seu compromisso com o povo. Em tempos difíceis, Athos nunca recuou, nunca desistiu ou exerceu a crítica fácil e oportunista. Sempre atuava em uma perspectiva mais ampla, como se um compromisso histórico o impelisse, e isso nos fortalecia e empolgava. 

Jean Keiji Uema

Entrei na Câmara dos Deputados em 1993 e fui lotado na Liderança do PT, um celeiro de talentos. Ali, Athos era fonte segura de informações e pesquisa, pois guardava em sua memória fatos históricos, datas, contextos políticos que o faziam produzir textos de forma rápida, precisa e com palavras contundentes, um material precioso, usado pelos parlamentares em discursos, matérias e pareceres da bancada. Ele era um verdadeiro conselheiro político. Para mim, foi um amigo que me estimulou a trilhar caminhos além da Liderança do PT. Quando saí da Liderança, em 1998, Athos era o chefe de gabinete e permitiu minha transferência para a Consultoria de Orçamento da Casa. Em fevereiro de 2007, o deputado Arlindo Chinaglia assumiu a presidência da Câmara e o Athos me indicou para ser seu chefe de gabinete. Confesso que foi desafiador e, a meu ver, uma loucura do Athos. Sinto-me privilegiado por tê-lo conhecido e tido como amigo. 

Rubens Foizer Filho

Hoje, celebramos o legado de um guerreiro, um amigo leal e um companheiro incansável de luta: Athos Pereira, cuja presença iluminou os caminhos que trilhamos juntos. Em cada desafio enfrentado, sua determinação foi um farol que nos guiou, lembrando-nos da importância de nunca desistir de nossos princípios. E, com sua coragem, ele sempre nos lembrou que a luta é coletiva, que a força está na união e que, juntos, somos mais fortes. Sua contribuição para a nossa causa é inestimável e permanecerá como um guia para todos e todas nós.

Martha e Paulo César Nunes

Athos é um desses seres humanos imprescindíveis. Foi lutador, defensor dos direitos humanos, da democracia e dos menos favorecidos. Se digo ele foi, reafirmo que o seu pensamento continua vivo. Tive o prazer de conviver com o Athos desde a fundação do PT. No início da construção partidária, tínhamos os núcleos petistas que nos proporcionavam grandes momentos de debates e formação dos militantes. Em todos os momentos em que a clareza política exigia reflexão, lá estava o Athos chamando a atenção para a importância de nossa inserção nos movimentos populares. Defendia um partido de massas, com ampla participação dos sindicatos e das associações de moradores, em contrapartida a quem defendia um partido de quadros. Nos últimos anos, a nossa convivência foi aqui em Formosa, no Diretório Municipal e nos momentos lúdicos tomando um whisky. Um desses momentos lúdicos foi no meu casamento, em dezembro passado, quando Nilza e eu tivemos a honra em ter Athos e seu grande amor, a companheira Thais, como nossos padrinhos. Athos continua vivo nas águas do Rio Tocantins, onde suas cinzas foram jogadas, para seguir alimentando o ciclo infinito da vida. 

Ubirajara Augusto

Guardar Athos em nós é lembrar de seu apreço pela democracia e, assim, admirá-lo, por ter sido iluminado por ela. Guardar Athos em nós é vigiar a democracia; é fazer vigília, velar, é estar acordado e atento por ela. É em atos que honramos a democracia todos os dias e celebramos e guardamos o Athos Pereira que permanece em nós! 

Yvone Magalhães Duarte e Rolf Hackbart

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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