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UMA BICICLETADA CIENTÍFICA PELO CERRADO

Uma bicicletada científica pelas águas do Cerrado

Expedição percorre 420 km por estradas e trilhas na região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

Por Aldem Bourscheit/ O Eco

Dados mostram que a quantidade de água caiu 66% nas regiões hidrográficas do Cerrado. O balanço apontou que o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) perdeu 87% da superfície de água, em 38 anos.

Atenta à pindaíba hídrica, a 4ª expedição científica TransCerrado percorre 420 km de estradas e trilhas na região de Veadeiros. A reserva é um Patrimônio Natural da reconhecido pelas Nações Unidas. 

O time largou na nesta segunda-feira (10) e irá avaliar também as riquezas naturais do bioma e seu potencial ecoturístico como bases para um desenvolvimento sustentável.

Na expedição, estão Paulo Moutinho e Valderli Piontekowski, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), e Márcio Bittencourt, coordenador do grupo de ciclistas Rebas do Cerrado.

Nosso segundo maior bioma, após a Amazônia, o Cerrado tem alta biodiversidade e é tido como a “caixa d’água” do país. Mas, já perdeu mais da metade da vegetação nativa e tem apenas 1,7% da área em reservas ecológicas.

A TransCerrado começou em 2019. Saiba mais aqui.

Aldem Bourscheit – Jornalista. Fonte: O Eco. Foto: Janine Moraes/Divulgação. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade do autor.

Cerrado 01 Otoniel Fernandes Neto

Biodiversidade do Cerrado

O Cerrado é um dos cinco grandes do , cobrindo cerca de 25% do território nacional e perfazendo uma área entre 1,8 e 2 milhões de km2 nos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso, oeste de Minas Gerais, Distrito Federal, oeste da Bahia, sul do , oeste do Piauí e porções do de São Paulo.

Ainda há porções de cerrado em outros estados da federação (PR) ou em áreas disjuntas dentro de outros biomas (). É a segunda maior formação vegetal do país, após a Floresta Amazônica, concentrando-se principalmente no Planalto Central Brasileiro (Coutinho, 1990; Eiten, 1994; Ribeiro &Walter, 1998).

Cerrado é uma das regiões de maior do , e estima-se que possua mais de 6 mil espécies de árvores e 800 espécies de aves (MMA, 2002). Acredita-se que mais de 40% das espécies de plantas lenhosas e 50% das  sejam endêmicas. Ao lado da , é considerado um dos hotspots mundiais, ou seja, um dos biomas mais ricos e ameaçados do mundo (MMA, 2002).

Assim como ocorre nos outros biomas do Brasil, a posição e extensão do Cerrado são determinadas pelo , que é do tipo tropical, com precipitação variando de 750 a 2000 mm por ano, em média, embora na maior parte da província ocorram chuvas entre 1100 e 1600 mm por ano. Ocorrem duas estações climáticas por ano, a estação , que dura aproximadamente cinco meses (de maio a outubro) e a estação chuvosa, no restante do ano (de outubro a maio) (Eiten, 1994).

UMA BICICLETADA CIENTÍFICA PELO CERRADO
Otoniel Fernandes Neto

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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