USA: Sistema de proteção ambiental em desmantelo
As coisas não vão bem para o Meio Ambiente nos Estados Unidos. Na semana passada o Senado, controlado pelo Partido Republicano, vetou uma lei que proibiria as empresas de mineração de jogar rejeitos em rios. Na prática, agora, as mineradoras podem jogar seus rejeitos onde quiserem, inclusive nas águas dos rios.
Essa é apenas uma das ações tomadas recentemente pelo governo republicano de Trump em detrimento do meio ambiente e da qualidade de vida nos Estados Unidos e, por extensão, em todo o planeta. “Quando o assunto é fornecer recursos públicos a interesses privados e abolir os padrões ambientais do país, os republicanos não perdem tempo,” disse o deputado Democrata Raul Grijalva, que completa: “Isso não é para o benefício público.”
Próximo na pauta está a votação, no Senado, de uma proposta de lei para excluir a limitação das quantidades de gases de efeito estufa liberadas por empresas petrolíferas em terras ambientalmente preservadas, como as terras indígena da Nação Sioux. A liberação das restrições aos gases de efeito estufa já foi aprovada na Câmara dos Deputados americano, também controlada por republicanos.
Mais: Na última sexta-feira, o deputado republicano Matt Gaetz, do estado de Flórida propôs eliminar a agência reguladora de proteção ambiental do país, a Environmental Protection Agency (EPA), por completo. O texto dessa proposta de lei ainda não está disponível, porém, segundo a publicação Courier-Journal, Gaetz propõe a extinção da EPA e a transferência de suas atribuições e responsabilidades de proteção ambiental do governo federal para os estados.
A EPA foi criada em 1970 e desde então tem ganhado cada vez mais um papel fundamental na preservação das riquezas naturais do país. Uma das suas funções mais importantes – e criticadas por empresas – é fazer com que as empresas da indústria automobilística a cumpram padrões de qualidade e eficiência no uso de combustíveis, evitando a poluição do ar e reduzindo as emissões de CO2.
Outra função da agência é controlar a qualidade da água nos Estados Unidos e garantir a proteção de nascentes e fontes hídricas, evitando sua contaminação. A água nos Estados Unidos é atualmente ameaçada pela mineração de carvão e gás, como também por uma infraestrutura tóxica em alguns lugares como demonstrado pela crise de contaminação observada em Flint, Michigan.
Segundo ambientalistas norte-americanos, com a administração de Donald Trump e a dominação de dois dos três poderes nos Estados Unidos pelos republicanos, a autonomia da EPA se fragiliza cada vez mais.
O governo Trump proibiu a EPA a falar com a imprensa e também forçou a Agência a suspender bolsas de estudo. O administrador da agência é selecionado pelo presidente americano e Trump já escolheu o procurador da justiça Scott Pruitt, que já processou a agência 13 vezes sobre regulamentações limitando a emissões de poluentes.
Se os republicanos não conseguirem abolir a agência, que hoje emprega aproximadamente 16 mil funcionários (mais de metade engenheiros, cientistas e especialistas em proteção ambiental) e oferece milhares de bolsas de estudo por ano, é previsto que a administração de Trump cortará radicalmente seu orçamento.
É pertinente lembrar o tuíte do presidente Trump quando ainda era candidato dizendo que “o conceito de aquecimento global foi inventado pelos chineses para deixar produtos da indústria americana menos competitivos.”
O que fazer?
Qualquer pessoa pode assinar esta petição no site da Casa Branca para derrubar a proposta de lei abolindo a EPA. Com 10 mil assinaturas a administração é obrigada a dar uma resposta.