Violeiro do Sertão toca moda, alegria e tristeza
Pra viola tocar o sertão
É preciso violeiro plantado no chão
Sem sentimento da terra
Violeiro não pertence não
Como vai imitar o canto do nambu
Cantar o valente carcará
Salvar no dedilhar da viola
A arara-de-lear
Violeiro que é violeiro
Toca moda, alegra a tristeza
Faz Maria cantar de esquecer
O pressagio da fome
Sua viola anima a ciranda
O coletivo de gente
Entorno da cacimba
Pro asseio no açude
A sede de cultura
Mata-se no ritmo do baião
A sede de beber
Com macambira, mandacaru
Seu canto da esperança
Faz chorar a plantação
Faz caroá fazer sustento
Pra essa gente do sertão…
ANOTE:
Geri Nogueira é escritor e poeta de Brasília. As xilogravuras utilizadas nesta matéria são de autoria desconhecida. Se alguém identificar quem as fez, por gentileza nos informar para que possamos fazer os devidos créditos. Os dados complementares desta matéria são da Wikipedia.
SOBRE O BAIÃO
Baião é um gênero de música e dança popular da região Nordeste do Brasil. O baião utiliza muito os seguintes instrumentos musicais: viola caipira, triângulo, flauta doce e acordeão (também chamado de sanfona). A rabeca é apontada como o instrumento característico do Baião, dada a sonoridade lembrar a da sanfona que por sua vez seria a mais identificado quando o ritmo se tornou conhecido nacional e internacionalmente . Os sons destes instrumentos são intercalados ao canto. A temática do baião é o cotidiano dos sertanejos e das dificuldades da vida dos tais, como na canção “Asa Branca” que fala do sofrimento do sertanejo em função da seca nordestina.
SOBRE A CIRANDA
Ciranda é um tipo de dança e música de Pernambuco. É originada mais precisamente na Ilha de Itamaracá, através das mulheres de pescadores que cantavam e dançavam esperando eles chegarem do mar. Caracteriza-se pela formação de uma grande roda, geralmente nas praias ou praças, onde os integrantes dançam ao som de ritmo lento e repetido.