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Vozes da Floresta: Lucélia Santos estreia peça sobre Chico Mendes

: Lucélia Santos estreia peça sobre em São Paulo
29/04 – 21h Sesc Ipiranga
“Quero viver. Ato público e enterro numeroso não salvarão a . Quero Viver.” – Chico Mendes
 
Em 1988, Lucélia Santos – atriz, diretora, produtora e ativista brasileira – visitou o Acre e, a convite do próprio ambientalista, entrevistou Chico Mendes acerca de sua história e luta, destacando seu trabalho como sindicalista e ativista pelos direitos dos e dos .
 
Trechos inéditos da longa entrevista, gravada há 34 anos no auge do conflito entre seringueiros e ruralistas, são usados no espetáculo “Vozes da Floresta”, que tem concepção e atuação de Lucélia Santos, ativista das justas causas e personagem fundamental da luta em .
 
Marcando 50 anos de carreira de Lucélia Santos e três décadas do assassinato de Chico Mendes, “Vozes da Floresta” conta a história de resistência do movimento dos seringueiros acreanos, a partir da trajetória do líder ambientalista.
 
Com dramaturgia da antropóloga, jornalista e escritora Zezé Weiss, revisão de Gomercindo Rodrigues, companheiro e amigo pessoal de Chico Mendes, a peça intercala os áudios de Mendes com a narrativa de três mulheres essenciais para a resistência na floresta: a pioneira , do Vale do Acre; a matriarca do Seringal Cachoeira, Cecília Mendes, tia de Chico Mendes; e a própria Lucélia Santos.
 
“Vozes da Floresta – Chico Mendes Vive” – Com Lucélia Santos | De 29/4 a 29/5, sextas e sábados, às 21h. Domingos, às 18h | Ingressos disponíveis no Portal Sesc a partir do dia 26/4, às 12h. A venda presencial nas Bilheterias do Sesc São Paulo acontece no dia 27/4, a partir das 17h.
 
Fonte: Divulgação Lucélia Santos. Foto: Acervo Lucélia Santos.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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