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A mentira e sua perna curta

A mentira e sua perna curta

O tropeço em sucessivas mentiras expõe o presidente a punição da Justiça ou impeachment

 
O que mais impressiona no mundinho da família Bolsonaro é a incapacidade de aprender. Eles improvisam a cada susto que tomam sem pensar no passo seguinte. Seguem o método do próprio presidente Bolsonaro que sempre fala antes de pensar. Considera-se um craque nesse jogo. É apenas um tolo. Até para os mais toscos protagonistas do Centrão.
Bolsonaro e seu entorno tropeçam todos os dias nas meias verdades ou mentiras em que apostaram no dia anterior. São o melhor retrato das . O que complica ainda mais a situação são as verdades que eventualmente falam que desmentem suas versões posteriores. Eles acabam se tornando réus confessos.
A divulgação, autorizada pelo ministro Celso de Mello, da catarse de Bolsonaro na fatídica reunião ministerial em 22 de abril deu todas as pistas para desmascarar a autossuficiência do presidente sempre que fala no cercadinho do Palácio da Alvorada. Ali virou seu confessionário. Ele só se tocou disso depois que a casa caiu.

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Bolsonaro preside a fatídica reunião ministerial

Até o fiel general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, desmentiu a versão improvisada por Bolsonaro de que estava preocupado com a segurança de sua família e amigos quando buscava alguma forma de impunidade para todos eles. A sequência dos fatos fala por si só.
A queda do amigo, operador e faz tudo Fabrício Queiroz em Atibaia é a cereja nesse bolo. O advogado Frederick Wassef, que sempre foi um franco atirador, deixou-se levar pela vaidade e sequer conseguiu inventar uma estória que parasse em pé. O que sobrou de tudo que disse foi a pergunta sem resposta da repórter Andréa Sadi se o Queiroz pulou o muro, entrou voando ou alguém abriu a porta para ele entrar na casa de Atibaia.

marcia queiroz
O casal Queiroz

Até a lorota de que Queiroz frequentou a casa ocasionalmente para um tratamento de na região, lançada na live de Bolsonaro sobre essa prisão, sua única manifestação  até agora, teve perna curta. A advogada Ana Flávia Rigamonti, contratada por Fred Wassef para manter a fachada de escritório de advocacia na casa de Atibaia, detonou em entrevista ao Jornal Nacional mais essa versão mal improvisada. Contou até que, pela convivência, tornou-se amiga de Queiroz e de sua , a foragida Márcia Oliveira de Aguiar.
Por todo e qualquer ângulo, o clã Bolsonaro está acuado. Por mais espantalhos que criem, não dá para culpar as instituições do Estado e a Justiça pelos problemas que eles mesmos criaram. O roteiro exposto ao país é de que no afã de driblar apurações sobre tropeços na lei, como a rachadinha e as ligações com a milícia, acabaram cometendo outros crimes.
O agravante é que para esconder o passado atropelaram a lei, inclusive Jair Bolsonaro, durante o atual mandato presidencial. E isso pela e todas as leis do país é passível de julgamento pelo STF e impeachment pelo Congresso.
Esse é o quadro institucional no país. Motivo do namoro de Bolsonaro com o Centrão que pode ser sua tábua de salvação ou mais um abraço de afogado em que o Centrão, depois de usufruir de tudo o que for possível, cai fora na hora da morte.
Fonte: Os Divergentes

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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