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Café à prova de balas

CAFÉ À PROVA DE BALAS

Café à prova de balas

Nova de café, popularizada no Vale do Silício, na Califórnia, começa a chegar no

Por Eduardo Weiss

O Bulletproof Coffee, ou café à prova de balas, vai mudar a sua . É o que dizem os adeptos da bebida que, de forma simples e surpreendente,  mistura grãos refinados de café com um óleo à base de MCT (derivado do coco) e com manteiga. Sim, manteiga.

Dotado de um elixir mágico que, segundo seus consumidores,  deixa as pessoas mais inteligentes, eficientes e produtivas, o Bulletproof Coffee já conquistou fama nos . Não é por nada que é caiu na preferência dos programadores e empresários do Vale da Silício, na Califórnia, local conhecido por fomentar a inovação e a criatividade.

Tudo começou quando o empresário estadunidense Dave Asprey viajou ao Tibet e experimentou os chás típicos da região, famosos por conterem como ingrediente principal a manteiga do Iaque, de rebanho que parece um boi de pelugem extensa. Inspirado, Asprey decidiu experimentar a adição de gordura ao café e, em 2009, postou a do café à prova de balas no seu blog.

Desde então, sua descoberta virou uma espécie de fenômeno, ganhando seguidores apaixonados que dizem que o café “turbina” sua capacidade intelectual e te deixa mais alerto.  Além disso a bebida, segundo seu criador, ajuda emagrecer uma que vez poderia substituir uma refeição matinal sem você perder de energia e disposição.

E o gosto? Não vai agradar a todos mas,  surpreendentemente, na minha humilde opinião o café e a manteiga combinam. O café à prova de balas assemelha-se a um expresso com mais cremoso. Como bônus, não senti aquela sensação de taquicardia que costumo sentir muitas vezes ao beber café.

Entretanto, o Bulletproof Coffee apresenta controvérsias tanto com respeito ao processo de produção quanto aos efeitos prometidos.

Segundo alguns, os elevados níveis de alerta são apenas uma consequência do efeito normal da cafeína, e o processo (super-secreto) que promete “eliminar as micotoxinas presentes no café” é considerado exagerado por muitos, uma vez que os processos normais de produção de café já contam com mecanismos para evitar a proliferação de mofos.

Mesmo assim, a moda se espalha e começa a chegar também ao Brasil. Embora ainda sejam raros os estabelecimentos que vendem o Bulletproof Coffee no país, em você poderá encontrá-lo no Bioon Café.

Como preparar um café à prova de balas (à moda brasileira)

Ingredientes

– 1 a 2 colheres de chá de manteiga sem sal (de preferência orgânica ou ghee)
– 1 a 2 colheres de chá de oléo MCT (o óleo de coco também poderá ser usado)
– 1 a 2 copos (250 a 500ml) de café quente

Preparo

Em um liquidificador, misture a bebida até ficar espumante. Se quiser, adicione algo  para adoçar, como canela, baunilha, açúcar mascavo, rapadura.  Deguste e depois opine nos comentários  sobre a a sua experiência!

Eduardo Pereira é sociólogo. @weiss_guru

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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