216 milhões de pessoas se tornarão refugiados climáticos, alerta ONU
Um novo relatório do Banco Mundial conclui que 216 milhões de pessoas vão ser forçadas a migrarem dentro de seus próprios países por conta das mudanças climáticas.
Por Jéssica Miwa
Denominado Onda 2, em tradução livre, o estudo alerta que, para evitar que isso se concretize, os movimentos devem surgir já no final desta década e se intensificar nos próximos 20 anos.
Segundo o vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Mundial, Juergen Voegele, problemas como escassez de água, queda de produtividade das lavouras, e aumento do nível dos mares fazem com que “cada vez mais as pessoas se mudem para outras cidades”.
A instituição analisou os efeitos migratórios em seis regiões do mundo: América Latina, Norte da África, África Subsaariana, Europa Oriental e Ásia Central, Sul Asiático, e Leste Asiático e Pacífico. No pior cenário, a África Subsaariana poderá ter 86 milhões de migrantes internos se os efeitos da mudança climática não forem mitigados. Já na América Latina, o relatório estima que 17 milhões de pessoas se deslocarão nos seus próprios países até o ano de 2050.
A Declaração e Plano de Ação do Brasil de 2014 reconhece os “desafios colocados por mudanças climáticas e desastres naturais na região, bem como pelo deslocamento de pessoas através das fronteiras que o fenômeno pode causar na região. ” Para reduzir a migração prevista no pior cenário, o Banco Mundial recomenda que os países reduzam as emissões globais e façam todos os esforços para cumprir as metas previstas no Acordo de Paris.
A publicação ressalta o caso de São Tomé e Príncipe por uma estratégia das autoridades de retirada voluntária de pessoas vulneráveis para comunidades costeiras após fortes enchentes.
Publicado com informações da ONU News, Bárbara Cruz.
Fonte: The Green Post. Foto: Agência Brasil/Fernando Frazão. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade da autora.