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5 de junho: Dia Mundial do Meio Ambiente

5 de junho: Dia Mundial do Meio Ambiente

5 de junho: movimentos populares organizam ações para o Dia Mundial do

Na data, a Jornada Internacional de Luta Anti-imperialista está convocando ações para denunciar a ambiental…

Por de Fato

Movimentos populares de todo o orientam suas ações para a Semana do Meio Ambiente, que tem como marco o Dia Mundial do Meio Ambiente celebrado no próximo sábado (5). Na data, a Jornada Internacional de Luta Anti-imperialista está convocando ações mundiais para denunciar a crise ambiental.

As ações terão dois focos centrais: expor e denunciar os responsáveis pela crise (governos e empresas transnacionais) e apresentar alternativas populares para uma defesa anti-imperialista do meio ambiente.

Dessa forma, no dia 5 de junho, às 12 horas de cada país, estarão ocorrendo em todo o mundo ações de denúncia. No Brasil, a ação unitária nacional será em Brasília.

Porém, existe a orientação para que a população organize ações simbólicas de denúncia e protesto em frente a sedes e escritórios de corporações e governos (escritórios de representações diplomáticas e militares), os principais responsáveis pela destruição do meio ambiente.

Além disso, também são incentivadas ações em frente a órgãos ambientais para denunciar os desmontes das políticas ambientais do governo Jair Bolsonaro.

Iniciativas solidárias também serão bem-vindas. A distribuição de sementes e plantio de árvores no campo e em áreas urbanas são fundamentais. Além disso, ações de e doações de alimentos também podem fazer a diferença.

O lema central será: Vivo! Floresta em Pé! Fora Bolsonaro! E as hashtags para serem usadas no dia serão: #EmDefensaDelPlaneta e #PovoVivoFlorestaEmPé.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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