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Monument

Pachamama te reclama estendida

“Pachamama te reclama estendida

Bandeira ancestral e querida” 

Por Maria Maia

Whipala formula todas as cores

pelos Andes brancos

Pachamama se derrama ante a

chama da vida que ante o agora

anda rara

Pachamama te reclama estendida

Bandeira ancestral e querida 

Flamejando sob o olhar atento do

condor

A hora é de luta contra o horror.

Maria Maria – Poetisa da Resistência.

Evo whipala

SOBRE A WHIPALA 

A Whipala é uma bandeira  sagrada de origem andina. A palavra tem origem nas palavras da língua aimará eiphay, que é uma expressão de alegria, e phalax, que é o sonho produzido por conduzir uma bandeira.

A Wiphala é propriedade das nações originárias, os quíchuas e os aimarás. Para os quíchuas e aimarás, a Wiphala é a expressão do pensamento filosófico andino, e seu conteúdo manifesta o desenvolver da ciência, tecnologia e arte, é também expressão dialética de Pacha-Kama e Pacha-Mama, é a imagem de organização e harmonia de irmandade e reciprocidade nos Andes.

A bandeira é utilizada nos atos cerimoniais, em festas, em marchas, em jogos e competições, em atos de comemoração, nos encontros de comunidades de ayllus e markas, em trabalhos agrícolas, em todo acontecimento social e cultural, particularmente em datas memoráveis de Qullana Marka e de Tawantinsuyu, e também nos atos de resistência, porque a Wiphala deve estar sempre flamejando em todo lugar e acontecimento diário do povo Andino.

O significado das cores

As cores se originam no arco-íris, tomado como referência pelos antepassados andinos, para mostrar a composição e estrutura dos emblemas e organizar a sociedade comunitária e harmónica dos Andes.

  • Vermelho: Representa o Planeta Terra (aka-pacha), é a expressão do homem andino, no aspecto intelectual, é a filosofia cósmica no pensamento e conhecimento dos Amawatas.
  • Laranja: Representa a sociedade e a cultura, a da cultura, também expressa a preservação e procriação da espécie humana, considerada a mais apreciada riqueza patrimonial da nação, a saúde e medicina, a formação e educação, a prática cultural da juventude dinâmica.
  • Amarelo: Representa a energia e força (ch’ama-pacha), é a expressão dos princípios morais do homem andino, é a doutrina de Pacha-Kama e Pacha-Mama: a Dualidade (chacha-warmi) são as leis e normas, a prática coletiva da irmandade e solidariedade humana.
  • Branco: Representa o tempo (jaya-pacha), é a expressão do desenvolver e a transformação permanente do Quallana Marka sobre os andes, e o desenvolver da ciência e a tecnologia, e arte, e trabalho intelectual e manual que gera a reciprocidade e harmonia dentro da estrutura comunitária.
  • Verde: Representa a economia e produção andina, é o símbolo das riquezas naturais, da superfície e sub-solo, representa terra e território, e assim mesmo a produção agropecuária, a Flora e Fáuna, as reservas hidrológicas e minerais.
  • Azul: Representa o espaço cósmico, o infinito (araxa-pacha), é a expressão dos sistemas estrelares do universo e os efeitos naturais que estão sobre a terra, é a astronomia e a física, a organização socioeconômica, política e cultural, é a lei da gravidade, as dimensões e fenômenos naturais.
  • Violeta: Representa a política e ideologia andina, é a expressão de poder comunitário e harmónico dos andes, o instrumento do estado, como uma estância superior, que é a estrutura do poder, as organizações, sociais, econômicas e culturais e a administração do povo do país.

Fonte da informação: Wikipedia

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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