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Eu sou PT

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Não existe campanha contra o PSC, contra o PP, ou contra o PSD… mas existe campanha contra o PT. O discurso contra a corrupção passou por metamorfose e só restou o ódio ao PT. Esse ódio não é por malfeitos, mas pelo que representamos…

Por Diney Lenon

Veja bem, se líder do governo é pego com dólar na cueca não sabemos seu partido. Se governador é afastado por desvios na saúde não sabemos seu partido, se deputado faz rachadinha não sabemos seu partido, mas se encontram motivos, atacam o PT, aliás, atacam muitas vezes sem motivo. A campanha difamatória contra o partido, sustentada há anos por uma mídia empresarial apátrida teve seus resultados.

De dentro de um apartamento do Minha Casa Minha Vida o pedreiro que comprou casa e colocou filha na Universidade faz coro contra o PT. Mesmo tendo melhorado de vida e mesmo existindo ao seu redor as criadas pelo PT, sua percepção é outra, “o PT quebrou o país”. Mesmo tendo criado 20 milhões de empregos com carteira assinada e elevado o salário mínimo, mesmo tendo levado o país à sexta economia do mundo, a TV disse, o rádio disse, tá na capa dos jornais, o tecnocrata analista disse: “o PT quebrou o país”. Há nessa relação a presença da ideologia, essa falsa consciência que não condiz com a realidade.

Já nos alertava Marx sobre o poder da ideologia. Lutamos no plano das ideias. Na época do PT (2003 a 2014) entraram mais jovens na universidade durante o governo petista do que todos governos anteriores juntos. Foram criados mais de 400 Institutos Federais, 16 universidades, Programa Ciência Sem Fronteiras, PROUNI, ENEM e mesmo assim, “o PT acabou com o país”, mesmo tendo o PT levado 15.000 médicos à periferia e aos rincões desse país, mesmo com SAMU, Restaurante e Farmácia Popular, mesmo com o pré-sal destinado à saúde e , mesmo com o PIB crescendo e a menor taxa de desemprego da história (4,3% em 12/2014), “o PT quebrou o país”.

Foram 160 horas de Jornal Nacional somente de ataques a Lula… PT, PT, PT, PT… e dessa campanha criaram, ou melhor, projetaram um monstro fora de controle, liberando o que havia de pior na sociedade, o ódio. Para derrubarem um programa popular liberaram fascismo. Para derrubar uma Presidenta eleita que não aceitou os esquemas de Eduardo Cunha forjaram um impeachment sem crime. Com a derrubada de Dilma tudo desandou.

O Estado Democrático de Direito foi sacrificado. Contra o PT mobilizaram a elite brasileira. Juízes passaram a ser parciais, alguns se tornaram verdadeiros militantes anti-petistas. Lembremos dos vazamentos do The Intercept. Mas nenhum partido é tão grande quanto o PT. Nenhum partido aguentaria esse massacre por tantos anos. Alguns partidos e políticos não aguentariam, como não aguentaram um minuto desse bombardeio.

O PT segue forte e sabemos que temos de repensar muito, mas não vamos nos torturar e carregar o peso que vai além do que nos é devido. Erramos e devemos refletir sobre os erros, mas também acertamos muito. Lutamos há anos contra um adversário poderosíssimo, que tem estrutura, dinheiro, voz na mídia e age de forma suja, baixa e nada ética. Vivemos a geração fakenews.

Quem está com o PT sabe da sua história, conhece as suas pessoas, a militância e sabe que defendemos o bem da sociedade, a justiça social. Disputamos 15 prefeituras e obtivemos mais de 40% dos votos em 12 delas, vencemos em 4 grandes cidades e elegemos milhares de vereadores, além das 183 cidades que serão governadas por petistas. Somos uma força política que resiste e essa força de resistência nos levará a trabalhar muito, retomar e ampliar o diálogo com o povo e mostrar quem somos não por palavras, mas por ações. Nos atacam pelo que representamos.

Sabem da nossa força e não bastariam tanta “bala” se não fôssemos a maior força popular desse país. Lutamos pelo direito das mulheres e por isso atraimos o ódio estrutural do machismo e o mesmo acontece com o , somos a favor das cotas, da inclusão, da reparação histórica. Somos defensores dos direitos civis iguais e por isso nos posicionamos claramente contra a homofobia. Somos e estamos do lado dos mais pobres e isso atiça o ódio da “Casa Grande”, que detém os meios de propagação ideológica.

Continuarão nos atacando e continuaremos semeando esperança, pois a história não falha. Quando falo que sou PT, falo de ações, programas, projetos… Viva a classe trabalhadora! Viva todas e todos que se colocaram à disposição nessas eleições (que coragem!) e vamos colocar essa força e disposição para que, através do trabalho orgânico e presente junto ao povo, possamos reconquistar a confiança da classe trabalhadora, pois nosso projeto é de tolerância, justiça social e combate à desigualdade. Eu sou PT, com muito orgulho!

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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