a marca pt

A MARCA PT

A Marca PT

A marca é uma necessidade de qualquer empresa ou instituição, para comunicar de maneira rápida e sintética a sua identificação, através de seu símbolo. Por trás de uma marca, sempre existe uma história de muito trabalho, desafios, incertezas, sacrifícios, alegrias e tristezas.  Levando o raciocínio para as instituições, como o partido político, por exemplo. Todos criam seus símbolos com o objetivo de criar uma marca, mas nem todos conseguem sucesso

Por João Rocha

A estrela vermelha, símbolo do PT – Partido dos Trabalhadores, tornou-se uma marca reconhecida no Brasil e no exterior. E, como todas as marcas de sucesso, ela tem uma longa história. Na caminhada, para chegar onde chegamos, foi através de muita luta e sacrifício.

O PT nasceu no bojo do movimento sindical em 1980, em plena ditadura. Sofreu todos os boicotes possíveis, notadamente pelo governo militar, que colocou inúmeros obstáculos para que o PT não se viabilizasse. Muitas companheiras e muitos companheiros foram perseguidos, e alguns foram abatidos. Tombaram em luta, ao longo da caminhada.

Dos companheiros assassinados, cujas mortes repercutiram nacional e internacionalmente, conheci Antonio Costa Santos, o Toninho do PT, prefeito de Campinas; Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes; Celso Daniel, prefeito de Santo André; e o Beto Gráfico, o Betão, assassinado na periferia da cidade de Campinas.

TONINHO DO PT

Convivi com Toninho na primeira administração do PT em Campinas, de 1989 a 1992, quando ele foi vice prefeito e secretário de obras e eu administrador regional. De família tradicional campinense, jovem ainda Toninho abraçou a causa dos empobrecidos. Ele foi um dos líderes da Assembleia do Povo, um movimento popular com grande força, constituído por moradores da periferia, notadamente por favelados.

A filiação ao PT foi um passo natural. Como arquiteto, secretário de obras e idealista, Toninho tinha importantes projetos para a cidade, sobre alguns dos quais tive a oportunidade de ouvir as apresentações dele mesmo em reuniões de trabalho. Foi morto em 2001, quando era prefeito de Campinas. A história da morte de Toninho até hoje está mal contada. Morreu porque era petista.

CHICO MENDES

Conheci o Chico Mendes em 1980, em Campinas. Conversamos muito, foi muito importante ouvir dele o relato da luta dos seringueiros em defesa da floresta. Daquele breve contato, ficaram algumas lições: coragem, humildade e altruímo. Nos tornamos amigos e trocamos correspondência enquanto ele viveu. O Chico, em plena ditadura, bateu de frente com os fazendeiros e jagunços, foi até as últimas consequências e perdeu a vida na defesa da floresta e dos seringueiros.

Chico Mendes Herói do Brasil

CELSO DANIEL

Conheci o Celso Daniel nas reuniões, nos encontros e congressos do PT,  tenho em meus arquivos textos escritos pelo Celso, que buscava a conscientização dos trabalhadores, o fortalecimento do partido e a proposta de uma administração participativa. Morreu porque lutava por um mundo mais justo e menos desigual.

Celso Daniel

Hoje, neste dia10 de fevereiro de 2020 em que o PT completa 40 anos, não podemos nos esquecer de homenagear aqueles que acreditaram e lutaram por um partido que mudasse a realidade do nosso povo.

João Rocha – Metalúrgio aposentado. Foi um dos fundadores do PT em Campinas, São Paulo. 

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p style=”text-align: justify;”>Fotos: Chico Mendes/Xapuri/Aldimar Nunes Vieira. Toninho e Celso Daniel: Divulgação – Internet. 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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