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Nordestinas compõem 32% da Seleção Brasileira de Futebol Feminino

Nordestinas compõem 32% da Seleção Brasileira de Futebol

Veja quem são as jogadores e de qual parte do elas vêm.

Por Marília Monteiro dos Santos/Ninja Esporte Clube

A treinadora da seleção brasileira de futebol feminino, Pia Sundhage, divulgou, no dia 27 de junho, a lista das jogadoras (além de três suplentes) convocadas para participar da Copa do Feminina FIFA 2023. A treinadora, natural de Ulricehamn, na Suécia, começou na seleção brasileira feminina em 2019, conduzindo o time durante a Copa do Mundo.

Entre as jogadoras selecionadas, oito vieram do Nordeste: duas goleiras, duas atacantes, duas meio-campistas e duas defensoras. Conheça a trajetória das atletas que atuam no futebol nacional e, também, no internacional. 

Foto: Thais Magalhães/CBF

A atacante Marta Vieira da , de 37 anos, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, nasceu no interior do de Alagoas, na cidade de Dois Riachos. Marta iniciou sua carreira profissional no CSA-AL. Depois, foi para o Rio de Janeiro, jogar no Vasco da Gama, sendo emprestada para o Santa Cruz. Logo ganhou notoriedade no exterior, assinando contrato com a Umea IK, da Suécia. Transferiu-se para Los Angeles Sol, nos , e, na sequência, foi emprestada para o Santos-SP. Após encerrar suas atividades no time, foi contratada pelo FC Gold Pride, retornando ao Santos na sequência. Em 2011, jogou pelo New York Flash e, no ano seguinte, pelo Tyreso FF. Em 2014, foi contratada pelo FC Rosengard. Atualmente, está no Orlando Pride, dos Estados Unidos.

Entre seus títulos individuais, estão uma Libertadores (2009), uma Champions League (2003-2004), uma Copa do (2009), cinco Campeonatos Suecos (2007, 2008, 2012, 2014 e 2015). Com a seleção Brasileira, foi campeã da Copa América (2003, 2010 e 2018) e dos Jogos Pan-Americanos (2003 e 2007). Bola de ouro da Copa do Mundo de Futebol Feminino Sub-20 (2004), Melhor jogadora do Mundo pela FIFA (2006, 2007, 2008, 2009 e 2018), Bola de ouro Copa do Mundo de Futebol Feminino (2007), dentre outras conquistas.

Foto: Thais Magalhães/CBF

Geyse da Silva Ferreira, de 25 anos, nasceu em Maragogi, no estado de Alagoas. Chega à Copa do Mundo Feminina FIFA 2023 na posição de atacante e como um dos principais nomes da seleção. Em 2015, foi convidada para integrar o time União Desportiva, sendo a revelação do time. Em 2016, vestiu a camisa do Corinthians. Posteriormente, começou a atuar na Europa, nos times Madrid CFF, Benfica e Barcelona, seu clube atual. Participou da Copa do Mundo Sub-20 e da Copa Sul-Americana Sub-20, no Equador, em 2018, sendo destaque do campeonato. Conquistou o título da Copa América, além de ganhar o da Champions League feminina. Geyse vai participar, pela segunda vez, da Copa do Mundo Feminina FIFA.

Foto: Thais Magalhães/CBF

A goleira pernambucana Bárbara Micheline de Monte Barbosa tem 35 anos e nasceu na cidade de Recife, onde iniciou sua carreira, no time Sport Club de Recife. Passou por times da Suécia e Alemanha, Foz Cataratas, no Paraná, e Kindermann, em Santa Catarina, além de breves participações nos clubes São Caetano e Botafogo da Paraíba. Sua primeira atuação com a camisa amarela foi na Copa Sub-20, com o Brasil ficando em terceiro lugar. Bárbara foi bicampeã Pan-Americana, em 2007 e 2015, vice-campeã da Copa do Mundo 2007, venceu o Pan-Americano, em 2011 e as Olimpíadas de 2008; foi campeã da Copa do Brasil, em 2015, e do campeonato Catarinense, em 2018. Atualmente, representa o Flamengo e participa da sua quinta Copa do Mundo Feminina FIFA.

Foto: Thais Magalhães/CBF

A goleira Camila Rodrigues, de 22 anos, nasceu em São Luís, capital do . Começou sua carreira no Sampaio Corrêa, em 2017, conquistando o Campeonato Maranhense. Depois, passou pelos times Viana (Maranhão) e Chapecoense, atuando no sub-18 e profissional. Foi contratada pelo Internacional, em 2019, ganhando o Campeonato Gaúcho, e também vestiu a camisa do time amazonense Iranduba. Hoje, Camila defende o Santos e vai estrear na Copa do Mundo Feminina FIFA.

Foto: Thais Magalhães/CBF

Antonia Silva, de 29 anos, nasceu na cidade de Riacho de Santana, no Rio Grande do Norte, onde começou sua carreira no futsal. Passou pelos times ABC FC, AA Preta, Grêmio Osasco, Audax EC e EC Iranduba, do Amazonas, e Madrid CFF, da Espanha. Atualmente, joga no Levante UD, da Espanha. Antonia estreia em sua primeira Copa do Mundo Feminina FIFA.

Foto: Thais Magalhães/CBF

Rafaelle Leone Carvalho Souza, de 32 anos, é natural de Cipó, na Bahia, onde começou sua carreira, no São Francisco – BA, em 2010. Sua primeira experiência estrangeira foi no Ole Miss Rebel, antes de atuar no Houston Dash. Em 2014, voltou para o São Francisco e, no ano seguinte, foi contratada pelo América-MG. Depois, jogou pelo Changchun Dazhong, da China. Em 2022, Rafaelle tornou-se a primeira brasileira a ser contratada pelo Arsenal, da Inglaterra, saindo em 2023. Atualmente, joga no Orlando Pride, nos Estados Unidos, e participa, pela segunda vez, da Copa do Mundo Feminina FIFA.

Foto: Thais Magalhães/CBF

Adriana Leal da Silva, de 26 anos, nasceu em União, no Piauí, iniciando sua carreira no Flamengo do Piauí. Depois, passou pelo Tiradentes-PI. Em 2016, atuou no time Rio Preto-SP, conquistando dois campeonatos paulistas, e, posteriormente, foi contratada pelo Corinthians-SP, no qual permaneceu de 2018 a 2022, tendo conquistado três Campeonatos Paulistas – 2019, 2022 e 2021, quatro Campeonatos Brasileiros – 2018, 2020, 2021 e 2022, uma Supercopa, em 2022, e uma Libertadores, em 2021, dentre outros títulos. Adriana faz sua estreia na Copa do Mundo Feminina FIFA.

Foto: Thais Magalhães/CBF

Ariadina Alves Borges, de 23 anos, conhecida como Ary Borges, nasceu em São Luís, no Maranhão. Seu primeiro clube profissional foi o Sport-PE, já conquistando o Campeonato Pernambucano. Depois, jogou no , vencendo o Brasileiro A2. Em 2020, foi contratada pelo Palmeiras, ganhando a Copa Paulista, em 2021, e sendo vice-campeã do Brasileirão. Em 2022, conquista a Libertadores, com um gol na final da competição. Hoje, está no primeiro clube estrangeiro, o Racing Louisville, nos Estados Unidos. Ariadina estreia em sua primeira Copa do Mundo Feminina FIFA. Na primeira partida da seleção feminina de futebol, em 24 de julho de 2023, Ary fez três gols contra o Panamá. 

Fontes: Diário do nordeste, COB, Correio Braziliense e G1. Foto de capa: Thais Magalhães/CBF.

Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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