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Novo PAC terá Plano de Transformação Ecológica

Novo PAC terá Plano de Transformação Ecológica

Anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, plano terá como medida a regulação do mercado de carbono e a reformulação do Fundo Clima.

Por Redação/O Eco

Desenvolvimento sustentável, crise climática e transição ecológica foram expressões que permearam os discursos das autoridades no lançamento do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), nesta sexta-feira (11) no Theatro Municipal, no centro do Rio de Janeiro. 

Do presidente Lula ao vice Alckmin, passando pelos ministros da Fazenda (Fernando Haddad), Casa Civil (Rui Costa), presidente da Petrobras (Jean Paul Prates) e do BNDES (Aloizio Mercadante), todos citaram em algum momento a questão climática como ponto a ser levado em consideração no novo PAC. Como o governo irá equilibrar o retorno de grandes obras de infraestrutura e a preservação ambiental é algo que só o futuro dirá. Por ora, ao menos no discurso, a preservação da biodiversidade está posta na agenda. 

Coube ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a apresentação do chamado Plano de Transformação Ecológica, que deverá ser um eixo e marca do novo programa de investimentos.

“O Brasil é um dos poucos países do mundo que pode ter uma aliança estratégica fundamental entre o ministro da Fazenda com a ministra do Meio Ambiente. Em geral, no mundo, essas áreas são vistas como adversárias. Como se olhar para o meio ambiente fosse voltar às costas para o desenvolvimento. O Brasil, pela sua particularidade geopolítica e geoambientais, pode se dar ao dever de unir o desenvolvimento e sustentabilidade”, discursou Haddad.

O Plano de Transformação Ecológica terá, entre as principais medidas, a regulação do mercado de carbono, bioeconomia, emissão de títulos verdes, investimento na economia circular e reformulação do Fundo Clima. “[O plano] Vai muito além da transição energética e da substituição dos combustíveis fósseis pela energia renovável. Trata-se da criação de uma nova conduta e postura em relação à ecologia, que contará com a proposição de novas leis e regulamentos que abram caminho para novos investimentos e que orientem governos, estados, municípios, empresas, sociedade civil, cidadãs e cidadãos para um novo tipo de interação com a natureza”, disse Haddad no evento de lançamento do PAC, no Rio de Janeiro. 

Veja o evento na íntegra:

O PAC

Ao todo, o PAC terá R$ 1,7 trilhão em investimentos até 2026. Haverá um eixo dentro do PAC chamado de cidades sustentáveis e resilientes, que terá como foco a construção de novas moradias do Minha Casa Minha Vida, financiamento de aquisição de imóveis, modernização da mobilidade urbana, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos e contenção de encostas e combate a enchentes. Segundo o governo, o investimento total será de R$ 610 bilhões. 

Trinta bilhões serão investidos no eixo água para todos, que tem como objetivo garantir que a água chegue em áreas remotas. Esse eixo também investirá na revitalização das bacias hidrográficas.

O governo também investirá 349 bilhões em transportes, que reunirá investimentos em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias e 540 bilhões na transição e segurança energética. 

Fonte: O Eco. Imagem: EBC/Reprodução.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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